Joe
Os poucos soluços que ainda estavam
no seu peito me fizeram sentir como um completo idiota. Demi havia se
despedaçado pela simples visão de mim. Mas pensar que eu tinha engravidado uma estrela
pornô para além disso? Porra, eu estava fodendo tudo. Precisava explicar tudo a
ela, para acertar as coisas de uma vez por todas.
Peguei a mão dela
na minha. — O namorado de Sara é o pai. Eu só encontrei com ela porque ela queria a minha
opinião sobre
como sair do negócio do cinema adulto. Apesar do fato dela estar grávida,
Rick ainda a fica assediando para trabalhar para ele.
— Espere! — Ela puxou a mão de repente,
seu rosto se contorcendo. — O bebê não é seu?
— Não. Não é meu.
Graças a Deus, porra. Eu sabia que não estava
pronto para trazer uma criança para esse mundo. Já tinha minhas mãos
cheias o suficiente com Mad. Mas a ideia de assistir a barriga de Demi crescer
com o meu bebê... bem, isso seria uma história diferente. Afastei esse pensamento.
— Oh. — Seus ombros relaxaram em alívio. —
E... você deixou o negócio de filme pornô?
— Sim. Eu nunca quis ser uma estrela
pornô, Dê. Eu só tinha contas médicas de Madison de milhares de dólares
que eu não tinha
como pagar. Precisava fazer algum dinheiro rápido.
Eu queria dizer a ela que esse era o
meu plano desde o começo e que se ela tivesse me deixado explicar naquela manhã... mas
mordi minha língua. Eu também não tinha tentado impedi-la na manhã que ela
partiu. E tinha me arrependido disso todos os dias.
Ela fechou os olhos e soltou um
suspiro.
— Oh. — disse ela novamente.
Embora eu sabia que não devia,
que isso não era da minha maldita conta, não consegui
me conter. Eu queria saber se ela estava namorando mesmo outro cara.
— Dê... — Eu me aproximei mais dela
no sofá,
abaixando a minha voz. — Aquele cara... Peter... ele tocou em você?
Seus olhos se abriram e encontraram
os meus.
— Você sabe o que está me
perguntando? — Um silêncio tenso pairou no ar em torno de nós. —
Estamos namorando, eu e ele. Não eu e você. Você não tem o direito de dizer quem me toca ou não.
Tudo bem então. Acho
que isso esclarecia as coisas. Eu tinha fodido tudo com ela. Mas o pensamento de
alguém tocando nela, me fez querer bater em algo. Com força.
—Para deixar claro, eu sinto muito
sobre tudo. Bem, nem tudo. Eu não me arrependo daquela noite com você. — Admiti.
Seu corpo ficou rígido. —
Você é um idiota, sabia? — Ela se levantou e andou na frente do sofá,
parecendo reunir forças de sua raiva, uma raiva que era dirigida a mim. — Se
você precisava de dinheiro para Mad, tudo o que tinha que fazer era pedir.
— Fora de questão.
Eu balancei a cabeça. Não
recebia esmolas. Puro e simples. Foi uma promessa que fiz a mim mesmo quando
assumi a custódia de Madison, em vez de deixar que ela fosse para um
orfanato. Eu assumiria total responsabilidade por ela. Fim da história.
Demi virou para mim, com as mãos
pousadas em seus quadris.
— O fato de que você poderia me trair
dessa maneira, por dormir com outra mulher, em vez de colocar o seu ego
machista de lado e pedir o dinheiro... — Ela limpou as lágrimas
que tinham escapado nos cantos de seus olhos. — Eu não posso perdoar
isso... não posso superar. Sinto muito.
— Eu também sinto. — Levantei-me e a
beijei na testa, antes de desaparecer pela porta da frente.
Foda-se! A maldição rasgou
o meu peito enquanto eu me retirei para fora de seu condominio. Bati minha mão contra
o volante, xingando enquanto eu acelerava para casa.
Depois de dirigir sem rumo até que
consegui controlar a minha frequência cardíaca, fiquei surpreso ao ver que uma hora
tinha passado. Estar com ela hoje, observar ela se despedaçar, tinha me feito
perceber que de jeito nenhum poderia ir embora e esquecer dela. Eu queria abraçá-la,
enxugar suas lágrimas, beijar seus soluços. Mas ela não era
mais minha. E essa percepção foi como um soco no meu estômago. Foda-se. Eu não ia
desistir dela assim tão facilmente.
Apenas o pensamento de voltar para
casa sem ela, de voltar à minha vida vazia e acordar com uma cama vazia, todas
as manhãs... Não. Eu não ia
desistir. Não desta vez. Eu queria vê-la com Madison no quadril de
novo, fazê-la rir do jeito que ela fazia antes. Talvez eu não fosse
digno de seu amor, mas eu seria egoísta o suficiente para tentar.
Dei um rápido
telefonema, perguntando a Sophia se ela não se importaria de ficar com Mad um pouco
mais. Inferno, o que eu estava prestes a fazer podia levar cinco minutos ou
toda a noite se eu conseguisse o que queria. Eu disse a Mad que a amava e para
ela obedecer a Sophia.
— Amo você, Joey! — Sua pequena voz
tocou no meu ouvido.
— Também te amo, menina. — A fé de Madison
em mim me acalmou mais um pouco, e eu dei meia volta, ansioso para voltar a Dê.
Bati na porta por onde tinha fugido há um
pouco mais de uma hora atrás, mas desta vez, os meus nervos estavam em alta. Ela
deixou claro que não estava mais interessada, mas as lágrimas
me diziam que havia mais do que isso. Ela ainda estava sofrendo, então talvez
eu ainda tivesse uma chance.
— Vá embora, Sel! — A voz
abafada de Demi falou de dentro. — Vodka não vai me ajudar desta vez.
Bati novamente. — É Joe.
A porta se abriu. — Joe?
Ela balançou em seus pés e eu estendi
a mão para
firmá-la,
segurando seus braços. Eu não conseguia parar de tocá-la, mesmo que ela
praticamente se encolhesse cada vez que eu fazia.
— Whoa. Te segurei.
Eu precisava me acalmar, encontrar as
palavras certas para fazê-la entender. Mas eu nunca fui bom em discursos românticos
e eu duvidava que ia mudar agora.
Eu só tinha que encontrar uma
maneira, sem palavras, de mostrar a ela.
O doce aroma de sua pele e seus olhos
azuis nebulosos enviaram uma rajada de desejo direto na minha espinha.
Pooorra.
XOXO Neia *-*
Eu preciso de mais!
ResponderEliminarTa lindo!
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