domingo, 4 de maio de 2014

O Sussurrar de Uma Garota Apaixonada – Capitulo 5

Antes do capitulo:
Hoje é o Dia Da Mãe (aqui em Portugal), não sei se ai no Brasil e outros tmb é, mas se for, FELIZ DIA DAS MÃES PARA VOCÊS. Prontos gente tive de postar isso pq elas são pessoas importantes na nossa vida. ;)

Agora o capitulo:

Quando voltei para a aula de anatomia descritiva, minha professora Olivia estava passando uma matéria importante para as provas que viriam em breve. Ela olhou para mim quando entrei, mas nada disse. Nós, alunos, podemos agir sob livre e espontânea vontade quando estamos na faculdade, então entrar e sair na sala é algo normal do dia-a-dia, desde que não atrapalhe a aula. Sentei ao lado de Sterling e tirei o material da ochila para copiar o que Olivia passava no quadro.
— Como você está? — perguntou Ster aos sussurros.
- Muito melhor, só fui tomar um remédio — acho que minhas mentiras estão cada vez mais convincentes. Não sei se isso é bom ou ruim. Bom, porque eu poderia mentir em tudo o que dizia a respeito de Joe, como naquele momento, mas ruim quando fosse pega. Um flagra total: espero que isso não aconteça comigo. Afinal, minhas mentiras são pequenas e inofensivas, e somente para o bem de Joe... e está ajudando no meu também. Não queria que me chamassem de maluca e me mandassem para um hospício, onde provavelmente era o meu lugar.
— Vanessa me mandou uma mensagem de texto dizendo que vai ter uma festa amanhã no quarto do Brian — Ster afirmou e eu assenti. — Posso ir?
— Claro que sim, Ster — respondi. Não estava olhando para ele, mas senti um sorriso enorme se formando no seu rosto. Isso era um problema. Quando Ster vai se tocar que não quero nada com ele?
O sinal tocou e eu saí correndo da sala, ouvi Ster gritar alguma coisa para mim, mas não consegui decifrar o que era. Quando abri a porta do meu quarto, Joe estava estendido na minha cama encarando os livros na prateleira. Antes de falar qualquer coisa, eu fui verificar se Vanessa estava ali dentro.
— Ela entrou e saiu há alguns minutos. Fale para ela na próxima vez que cantar não significa gritar — ele avísou gentilmente, mas tinha um sorriso no canto de sua boca. Eu achei aquilo extremamente sexy.
— E aí? — disse e sentei á sua frente. Ele me encarou com olhos tristes. — O que está errado?
— Nada. Absolutamente nada, esse é o problema. Eu não faço nada o dia todo. Eu não como, não durmo, não preciso estudar e nem assistir às aulas. Eu observo as pessoas, mas nenhuma delas pode me ver. Queria ler um livro da sua prateleira, mas eu não posso tocar em nada.
O único momento que me sinto vivo e bem é quando estou com você — ele respondeu sentando-se à minha frente de uma maneira que me fez sentir mal. Eu não queria que ele se sentisse miserável em minha não presença.
— Você sabe por que está aqui? — perguntei aos sussurros.
— Não.
— Você sabe quem te matou?
— Não me lembro de nada a respeito disso, nada mesmo — ele respondeu com uma bufada.
— Você tem alguma ideia quem possa ter tido mágoas contra você?
— Acho que você anda assistindo muito CSI pro meu gosto, Demi.
— Estou tentando te ajudar, mas, se você não quer a minha ajuda... — levantei-me da cama.
— Espere — ele pediu, e eu voltei para onde estava.
— Olha, você sabe que eu não sou uma pessoa muito agradável. Eu posso ter tido sim muitas pessoas com ódio de mim — pela primeira vez estávamos tendo uma conversa verdadeira. Sem aquelas porcarias de deboche ou algo do tipo.
— Alguém com ódio o bastante para te matar? — perguntei delicadamente para a conversa não desandar ou o clima mudar.
— Não que eu saiba... espera... roubei as bebidas de uns caras no semestre passado de brincadeira e eles ficaram muito, muito irritados. Eles eram tipo motoqueiros — eu fiquei com os olhos esbugalhados.
— Brincadeira? Ah, Joe conta outra, vai.
— É sério.., até mesmo devolvemos a grafia. Mas o que não sabíamos era que as bebidas eram na verdade um tipo de vinho muito raro. Dá pra acreditar? Motoqueiros bebendo vinho.— e ele caiu na gargalhada. Pela primeira vez eu estava vendo-o pela pessoa que ele realmente é/era. Eu dei um sorriso de leve e me aproximei mais de onde ele estava. Assim ficamos a meros centímetros, distância suficiente para podermos nos tocar. — É idiotice, não é? Ficar rindo quando você está morto — ele disse entre o ataque de riso.
— Joe... — sussurrei tristemente e ele percebeu. De repente havia lágrimas escorrendo de meus olhos. Não havia nem notado quando haviam ficado molhados.
— Demi... — ele pronunciou meu nome tão docemente que poderia jurar que não tinha saído de sua boca. — Por que você disse que eu odiava você? — eu franzi a testa, não entendendo do que ele estava falando. — No necrotério, antes de você saber que eu estava morto. Você disse que estava preocupada, até mesmo achando que eu odiava você.
— Você me odeia. Você deve ter ficado muito decepcionado quando reparou que eu era a unica pessoa com quem podia se comunicar — respondi secando as lágrimas de meu rosto, lágrimas que não paravam mais.
— Pra começo de conversa, eu não te odeio. Como eu poderia te odiar se eu nem mesmo te conheço?
— M-m-m-as você foi t-t-t-ão ruim comigo, eu pensei...
— Eu sou assim com todo mundo. É um mecanismo de defesa, assim, se acontecesse alguma coisa, eu não sentiria nada por ninguém. Eu fiquei completamente arrasado quando meus pais morreram e nunca quis ter aquele sentimento de novo. Então eu comecei a ser rude com as pessoas, até mesmo com você. E eu lamento muito sobre isso, você é... uma das razões por que eu queria voltar à vida — encarei-o profundamente quando ele pronunciou essas últimas palavras. — E quando a escuridão tomou conta de mim... eu vi... você. Você me viu, eu achava que estava no céu... vendo uma pessoa tão linda. Mas depois me dei conta de que você estava viva e eu morto — eu queria tanto tocá-lo, sentir sua pele na minha. Ele estava pensando a mesma coisa, pois sua mão esquerda foi até meu rosto e tentou tirar as lágrimas que ainda restavam em meu rosto, fechei meus olhos, mas não senti nada. Quando os reabri queria ver aqueles olhos cor de mel, mas a única coisa que vi foi a minha cama vazia.
— Demi, o que está errado? — ouvi uma voz feminina, quando virei meu rosto para encará-la, Vanessa vinha até mim e sentou em minha frente, tirando as lágrimas que Joe queria ter tirado. — Ah, Demizinha, me diga — tentou ela novamente tristemente segurando minhas mãos com força, como uma irmã faria.
— É só que... eu queria que ele estivesse vivo sabe? EIIy, a tia dele.., você não a viu, Vanessa, ela estava tão desesperada. Nunca vi alguém agir assim antes.
— Ah querida, Joe está em um lugar melhor. E Elly irá ficar bem — ela quis me confortar dando-me um abraço de urso. Se Vanessa soubesse que o espírito de Joe ainda estava por aqui ela provavelmente iria surtar. Então decidi deixá-la com sua ilusão sobre onde Joe poderia estar. Coloquei Elly na história para não precisar inventar uma mentira que Joe e eu nos conhecíamos muito antes de ele morrer e que eu queria que ele estivesse vivo ao meu lado.
Horas mais tarde eu fui para o meu trabalho. Gabriel tinha razão, aquele lugar não era tão ruim depois que você acostuma. Ainda tinha uma pessoa tão boa e carinhosa quanto o Sr. T, que cuidava de tudo por ali.
Aquele, porém, era um dia diferente, em que o Sr. T foi resolver alguns assuntos pessoais e eu fiquei sozinha cuidando da recepção até ele chegar.
Comecei lendo um livro, mas depois de algumas horas eu decidi escutar música. O barulho naquele lugar estava me apavorando como nunca.
Gabriel disse que todo mundo achava que eram fantasmas, mas com a minha experiência eu até podia acreditar no que ele havia dito. Não vi ninguém, por alguma razão eu somente podia ver o fantasma de Joe Jonas.
Enquanto escutava o som do AC/DC, eu organizava toda a papelada da semana anterior. Não era nada difícil, mas o sistema de Gabriel era muito complicado, decidi adotar outro. Então, além de organizar a papelada da última semana, eu também estava organizando todos os papéis de acordo com meu próprio sistema. O Sr. T adorou de como eu estava tomando iniciativas e tentando me adaptar a meu espaço. Depois eu teria que explicar para ele de como tudo aquilo iria funcionar.
Eu estava tão perdida em minha música que não reparei em Joe sentado em minha cadeira. Apenas vi que ele movimentava a boca e eu não estava escutando absolutamente nada por causa da música alta.
— O que você está fazendo? — perguntou ele, depois que removi meus fones de ouvido. A aparência dele nunca muda, nem as roupas, nem nada. A única mudança que eu sempre noto são as suas expressões.
Naquele momento, por exemplo, ele estava sorrindo. Nada de sorriso falso, mas um sorriso que estava feliz por estar me vendo. Eu sorri de volta, não podia ler seus pensamentos, e ele nem poderia concordar comigo, mas eu estava feliz por ele estar ali.
— Estou, sabe, só trabalhando. Vai ficar bom no meu currículo.
— Quer ajuda? Você parece estar afogada em papéis — ele retrucou sorrindo.
— Estou ótima, mas obrigado por se oferecer — sorri de volta. Na verdade eu queria que ele me ajudasse, eu realmente estava afogada em papéis. Mas como ele estava morto e não podia tocar em nada, ele não poderia exatamente me ajudar.
— Você pode conversar com outros fantasmas? — perguntou ele enquanto brincava em minha cadeira giratória. Se alguém entrasse ali naquele momento, esse alguém provavelmente iria ficar assustado e nunca mais voltar. Porque, sabe como é... minha cadeira estava girando para o lado esquerdo e direito... como se uma pessoa realmente estivesse ali sentada girando pra lá e pra cá.
— Não. Só vejo você. Por quê? — ele parou muito de repente e olhou para mim como se estivesse surpreso.
— Eu pensei que você falasse mesmo com fantasmas, tipo diariamente. Antes mesmo de eu aparecer — disse ele parando de girar na cadeira.
—  Nope. Eu não vejo nadinha, apenas você.
— Isso é estranho... — começou ele seriamente, pensando no assunto. Ele naquele momento parecia estar realmente vivo. Eu sei que eu iria algum dia conversar com ele em público por realmente achar que ele estivesse vivo ao meu lado. — Isso me torna especial não é? — perguntou com um ar excitante.
— Acho que sim.
— Então eu sou seu fantasma particular. Deve ser estranho para você — ele estava realmente não sendo rude comigo? Ou eu estou sonhando? Cadê o Joe maldoso e sem caráter?
— Antes era. Você viu como eu pirei quando o vi.
— Achei que você havia pirado por me conhecer, só isso.
— E você se comunica com os outros fantasmas? — perguntei sem ao menos olhar para ele. Meus braços estavam quase cedendo com tantos papéis que segurava para colocar na prateleira correta.
— Eu os vejo, mas não converso com eles. A1guns por alguma razão, estão ensanguentados e com buracos enormes na cabeça ou no estômago. Eu tenho medo de me aproximar deles, apesar de eu já estar morto — eu esperava uma resposta como essa, mas por algum motivo isso me deixou muito inquieta e eu estremeci. Pensei no que Joe acabava de falar. Olhei para ele e reparei nas marcas em seu pescoço, era a maneira que ele morreu. Talvez os fantasmas mantenham a aparência de quando eles morreram. Joe  apenas tinha um hematoma no pescoço, enquanto outros tinham buracos de bala e sangue por toda parte. Fiquei feliz nesse momento por somente poder ver Joe.
— Tem algum por aqui agora? — perguntei. Eu já estava assustada, algo a mais em minha cabeça não iria fazer muita diferença.
— Sim. Há uma senhora de idade que fica batendo a cabeça na parede, por isso esses barulhos que você tanto escuta. E há um homem andando para lá e para cá encarando o chão como se tivesse esperando por alguém na sala da autópsia.
Eu estava errada. Eu estava completamente errada. Eu fiquei sim mais apavorada do que antes.
— Você está brincando, não é? Por favor, diga que você está brincando — soei amedrontada. Eu sabia que ele não estava brincando, porque o barulho que ele havia mencionado era a razão por eu ter parado de ler. Pensei que estava relacionado com os dutos de ventilação, mas Gabriel aparentemente estava errado quanto a este lugar não ter fantasmas.
— Calma, eu não vou deixá-los chegarem perto de você — murmurou Joe sentando-se no chão perto de onde agora eu me encontrava. Pelo som em sua voz ele estava apreciando o meu medo. Por quê?
— Você fez isso de propósito agora eu não vou poder entrar mais aqui sem você para me dizer onde os fantasmas estão — joguei na cara dele ao me levantar, ele continuou no chão apenas me observando. Senti que fiquei vermelha quando seus olhos não desgrudavam dos meus, meu coração começou a bater tão desesperadamente como se eu tivesse corrido quilômetros. Quando ele se levantou e parou a centímetros de mim, eu literalmente parei de respirar. Eu não conseguia pensar, eu não conseguia respirar. EU PRECISO DE AR. EU PRECISO QUE ELE ESTEJA VIVO.
Intensidade: era o que eu sentia. Eu queria derramar minhas lágrimas que estavam prestes a cair como um oceano. Eu não queria acreditar, eu não podia acreditar no que eu estava sentindo. Eu desviei meus olhos de Joe e corri para o banheiro feminino. A ideia de não poder tocar em alguém é insuportável ainda mais quando essa pessoa está a centímetros de você e tudo o que você quer é um simples beijo ou um toque em sua mão. Eu não queria acreditar, mas eu estava, sim, apaixonada por um fantasma. Um fruto proibido, algo que eu nunca vou poder ter por completo. Por que isso estava acontecendo comigo? POR QUÊ?
— Você está bem? — perguntou Joe ao meu lado enquanto estava no banheiro.
— Preciso do meu espaço Joe, meu Deus. Vá embora — pedi tentando parecer irritada, mas soou como eu menos queria que soasse.
Magoada uma garota de coração partido.
E isso era tudo o que eu sentiria quando ele atravessasse a luz e se reunisse a seus pais.

Joe respeitou meu desejo e desapareceu. Eu não queria que ele fosse, mas também não queria que ele ficasse. Cada vez que olhava para ele eu sentia algo mais forte se formando dentro de meu coração. Vai ficar tão grande que na hora de se quebrar vai doer ainda mais. Eu não podia mais vê-lo. Eu estava sendo egoísta, sim, afinal, eu era a única que podia vê-lo e ajudá-lo, mas a dor de não tê-lo era uma facada em meu frágil coração. Eu devia fazer alguma coisa, mas eu precisava escolher. Eu poderia guardar para mim mesma toda essa paixão e ajudá-lo o mais rápido possível, ou ficar vendo-o pelo resto de minha vida. Acho que a primeira opção seria mais apropriada. Vou guardar meus sentimentos dentro de uma caixa e nunca mais vou abri-la.



XOXO Neia *-*
Hey gente :) Sei que não costumo postar assim tão rápido, mas como vocês foram queridos e comentaram no cap. anterior decidi dar-vos esta prenda :) kkkk
Continuem a comentar PFF e a DIVULGAR.
P.S: Sejam bem vindas as novas leitoras
P.S.2: Isto vai começar a ficar mais intenso (nada de hot gente não pensem coisas hahaha)..kiss 

3 comentários:

  1. Sou nova aqui e já estou amando sua fic , ela é perfeitaaa! Feliz dia das mães pra você e aqui no Brasil não é dia das mães , dia das mães é só semana que vem dia 11. Beijinhoss e posta logo pff .

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  2. Ai Deus que capitulo incrivel
    Demi se apaixonou por um morto, será?
    eu ri quando Joe disse que tinha uma senhora de idade batedo a cabeça na parede tipo o que ela tem na cabeça paea ficar batendo na parede? Aadfghjkl demais kk
    Posteeee logo xuxu bjão <3

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  3. Aaaaah to amando a fic!
    Posta logo, eu quero mais. ;-)

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