quinta-feira, 1 de maio de 2014

O Sussurrar de Uma Garota Apaixonada – Capitulo 4

Poderiam existir n motivos para eu poder ver Joe -agora-com- sobrenome Jonas. Mas estes cinco estavam passando pela minha cabeça diariamente:
1 — Eu estou tendo alucinações.
2 — Tumor dos grandes no meu cérebro.
3 — Eu matei Joe no meu sonambulismo desconhecido e ele está atrás de mim por vingança.
4 — Eu estou completamente pirada, o que faz de mim uma esquisitona de primeira.
5 — Eu estou morrendo. Afinal, muitas pessoas dízem ver espíritos quando estão em seus últimos dias. Vai saber, essas dores de cabeça, cansaço, vômito e outros sintomas poderiam significar que estou doente, e que provavelmente vou morrer.
Esperei Joe pelos próximos dias e nada de ele aparecer, estava começando a ficar nervosa. Por que eu estava nervosa? Por que eu queria vê-lo novamente? Será que ele só estava aqui entre os vivos para dizer à tia que a amava? Eu queria pensar que sim, mas eu sentia ali no fundo do meu coração que havia mais na história em relação a Joe. Talvez ele estivesse passando mais tempo perto da tia, observando-a, ou ele podia ter perdido a noção do tempo. Ele estava morto, afinal de contas, tudo pode mudar no outro lado. Odeio, odeio admitir isso, mas eu PRECISAVA vê-lo e isso já estava bem evidente para todos.
— Está procurando alguém.? — perguntou Sterling, no meu lado, na aula de histologia.
—  Nope. Ninguém, por quê? — eu sabia o porquê dessa pergunta.
Meus olhos ficavam perambulando por toda a sala a procura de Joe.
Até a minha esquisitice estava agora visível para todos.
Sterling estava prestes a dizer algo extremamente maldoso quando Bradley começou a dar sua aula. E todo mundo sabe que quando Bradley começa a falar absolutamente ninguém pode interrompê-lo ou atrapalhá-lo. Fiquei contente por esta interrupção, não queria responder a Sterling que estava à procura de uma pessoa que todos já sabiam estar morta.
— Eu ainda não consigo acreditar que ele esteja morto disse Vanessa no refeitório toda tristonha. — Ele podia não ser um cara totalmente legal, mas ele iluminava esse lugar por ser tão gatinho.
— Por mim, ele está bem onde que está, no fundo daquele cemitério. Esse mundo está melhor por não haver mais uma pessoa idiota e sem noção como ele — confessou Ster bruscamente, o que me deixou muito zangada.
— Como você pode falar isso? Ninguém está melhor morto, Ster. A tia dele está arrasada — eu queria sair correndo para não ouvi-lo mais falar, ou até mesmo socar o Sterling bem aqui na frente de todos por dizer algo tão maldoso.
— Ah, qual é meninas, não...
— Desculpe Ster, mas tenho que concordar com a Demi — Vanessa o interrompeu, deixando-o constrangido.
— Claro que concorda — ele murmurou secamente e se levantou.
Jogou a mochila no ombro e caminhou até o lixo com sua bandeja. Depois que jogou fora os restos de comida, ele largou a bandeja quase que furiosamente na mesa das bandejas usadas. Nem olhou para trás quando saiu porta afora do refeitório, parecendo muito bravo connosco. Ou só comigo?
— O que há de errado com ele? — eu perguntei depois que assisti àquela cena.
— Talvez seja ciúme. Você não para de falar no Joe desde que ele morreu.
— Isso não é verdade — respondi boquiaberta.
— É sim, querida — ela confirmou sacudindo sua enorme cabeleira com cachos ruivos. — Joe isso, Joe aquilo. Você adora comentar de quando viu ele morto naquela mesa no necrotério, isso realmente não é agradável. E você sabe, Demi... Sterling tem uma grande queda por você. Então, por favor, parede falarem um cara morto e vai se divertir, você está precisando.
— GRAÇAS A DEUS! — eu gritei. Mas eu não estava gritando por causa do que Vanessa havia dito, mas porque Joe havia aparecido. Ele estava sentado ao lado de Vanessa, gargalhando perante minha expressão de felicidade por tê-lo visto. E também porque todos perto de minha mesa no refeitório estavam olhando para mim com olhos curiosos.
— Ahhhh, hummm, graças a Deus alguém está me entendendo. Você leu a minha mente, Vanessa. Estou precisando me divertir — eu sussurrei porque as pessoas ainda olhavam para mim com as testas franzidas. Vanessa era uma delas, mas, depois do que eu disse, ela pareceu acreditar que eu realmente estivesse falando com ela e não sendo uma maluca que grita no refeitório chamando a atenção de todos.
— Bom. Vou conversar com alguns dos amigos de Joe mais tarde para descobrir se tem alguma festa marcada para esta semana — disse Vanessa encarando sua comida. Ainda bem que Vanessa não estava prestando atenção em mim, porque meu olhar estava preso na pessoa que estava sentado ao lado dela. E eu sorria sem parar.
— Vai ter uma festa amanhã à noite no quarto do Brian — informou Joe para o que Vanessa havia acabado de comentar.
— Vai ter uma festa amanhã à noite no dormitório do Brian — eu repeti o que Joe disse.
— Como você sabe? — perguntou Vanessa parando de comer e me encarando.
— Ah, a notícia está correndo por aí.
— Realmente, Demi, você tem que aprender a mentir melhor — murmurou Joe descansando seus cotovelos na mesa e se inclinando para ficar mais perto de mim. Eu Iimpei minha garganta para não rir e tentei não encará-lo.
— Legal, está marcado então — Vanessa disse sorridente. Nós duas não íamos a uma festa desde o começo do semestre, então eu podia ver que ela estava animada. — Connor pode estar lá — ela sorriu mais ainda, eu não pude deixar de sorrir também.
— Coitada de Vanessa, esse tal de Connor está transando com uma garota qualquer da sala dele. Mas, se serve de consolo, ele tem uma quedinha pela Vanessa, afinal, ela é bonitinha — cantarolou Joe parecendo estar com muito tédio. Ele segurava a cabeça com as mãos diante de mim. Ele estava quase tapando a minha visão de Vanessa. Eu tenho a total certeza de que ela piraria se escutasse Joe dizendo que ela era bonitinha.
— Acho melhor você esquecer esse tal. Que tal o Brian? Ele é um cara legal — eu tentei convencer Vanessa a tirar Connor totalmente de seu caminho. Ela não merece ficar arrasada por um cara que provavelmente irá quebrar seu coração em milhares de pedacinhos.
— Por quê? Você está tão estranha ultimamente! — Joe riu com o comentário de Vanessa, como se estivesse dizendo:  Viu, eu disse que você tem que aprender a mentir melhor, Demi. Eu queria responder para ele que eu nunca menti assim tão descaradamente antes em minha vida. Mas eu acho que teria que me acostumar, porque quem vai acreditar em mim quando eu disser que estou falando com um fantasma?
— Só estou comentando. Vi Connor com uma menina no outro dia, não queria te contar porque não queria te magoar — acho que essa mentira foi até acreditável. Pelo menos Vanessa acreditou, enquanto Joe me encarava com um sorriso no rosto.
— Ah, eu não acredito... Bom, mas a gente nem está junto — disse Vanessa, mas, depois de pensar seriamente no assunto, continuou: — Acho que você tem razão, Brian parece ser muito legal — admitiu Vanessa, terminando sua refeição.
— Na verdade você não tem razão, Demi, Brian fica com umas dez garotas a cada festa.
— E agora que você me diz isso? — sussurrei de volta para Joe sem olhá-lo.
— O quê, Demi?
— Nada, apenas me lembrei que tenho que ligar para o Sr.T... vou hegar mais tarde hoje.
— Essa foi até convincente — murmurou Joe quase que orgulhoso — Sabe, Demi... você é realmente muito, muito bonita. Eu deveria ter ficado com você quando era... — e ele bufou. Ele estava tão perto de mim que agora eu não conseguia mais ver Vanessa. Joe estava praticamente em cima da mesa, a centímetros de meu rosto.
— Você está bem, Demi? Você está muito, vermelha — ouvi Vanessa dizer.
— Ahhh... sabe... eu v-v-vou para a aula, estou praticamente atrasada — levantei-me aos trancos e fui caminhando até a porta. Ouvi
Vanessa gritar:
— Mas ainda faltam 15 minutos, Demi.
Mas eu segui em frente com Joe a meu lado. Ele acabou de dizer que eu era bonita e isso me deixou sem jeito. Como Vanessa disse, eu estava vermelha, eu podia sentir que estava como um tomate. Eu só via Joe rindo em minha visão periférica.
Lembram-se quando eu queria mesmo poder ver Joe novamente? Isso se dissipou no instante que ele começou a falar comigo em público. Eu não podia simplesmente falar com, ele nos corredores da universidade e nem podia pedir que ele calasse a boca. É realmente muito estranho estar caminhando com ele quando de repente as pessoas atravessam ele. Quando eu olho para Joe ele parece estar vivo, nada em sua aparência sugere que ele esteja morto, então é estranho para mim quando vejo as pessoas passando através dele e nem sentirem nada, nem mesmo um arrepio.
— Você deve vestir uma roupa bonita para a festa de amanhã — ele falava e eu claramente não respondia.
— Não quero ser chato, mas já sendo... Você pode vestir sei lá, uma saia curta pra mostrar essas pernas grossas. Você parece ser uma líder de torcida. Você foi uma, na época da escola? — ele perguntou, mas eu não respondi. Minha paciência estava quase se esgotando quando entrei na sala de aula e sentei em meu lugar de sempre. A Sterling apareceu depois de um tempo.
— Aposto que você foi líder de torcida. Você é morena de olhos castanhos, quase todas as líderes de torcida são assim. Mas você é inteligente, pelo menos eu acho que é, está cursando medicina afinal de contas... — Joe começou a falar e não parou mais.
— Por que você nunca para de defender o cara morto? Sinceramente Demi, ele nunca foi um cara decente, ainda mais com você... — Sterling também começou a falar e não parou mais. Minha cabeça estava prestes a explodir.
— E agora eu começo a pensar, eu nunca vou ser um médico, o que é uma pena porque eu iria salvar tantas vidas...
— O cara não ia nem ser um médico bom, pra começo de conversa. O jeito arrogante dele iria espantar todos os pacientes...
Os dois deviam estar sincronizando suas conversas. Eu estava prestes a explodir a qualquer momento.
— Não gosto desse cara, Demi, quero dizer, olha para ele. Todo engomadinho, e ainda tem uma queda por você. Ele devia arrumar uma vida ao invés de ficar te perturbando...
— O cara tá morto Demi, esquece o cara. Eu tô aqui, você sabe, não é?
— Eu não acredito nesse cara. Eu poderia socá-lo, se pudesse — retrucou por fim Joe.
— EU PRECISO SAIR DAQUI - eu gritei já me levantando.
— Aonde você vai, Demi? A aula nem começou ainda
— perguntou Ster enquanto descia as escadas.
— Dor de cabeça — gritei quando estava prestes a sair pela porta.
Eu corri para o meu quarto a toda velocidade.
— O que você está fazendo? — perguntou Joe e eu me assustei, e quase esbarrei feio em uma garota. Joe não estava correndo, ele estava apenas flutuando ao meu lado.
Quando cheguei ao meu quarto, largueí minha mochila na cama e fui verificar se Vanessa não estava por ali em algum lugar.
— O que você está fazendo, Demi? Você tem aula, não pode perder. Você quer ser uma boa médica ou não? — enquanto Joe falava, eu fui fechar e trancar a porta do quarto.
— CALE A BOCA! CALE A BOCA! CALE A BOCA, JOE! — gritei desesperada e irritada. Dei graças a Deus por quase todas as pessoas do alojamento estar em aulas naquele horário, ou então eles iriam acabar me ouvindo e saberiam de fato que eu estava louquinha da silva. — Por favor, apenas cale a boca — sussurrei cansada e sentei em minha cama. O silêncio não durou nem cinco minutos.
— O que foi que eu fiz? — perguntou ele seriamente provavelmente pela primeira vez, mas meu olhar se encontrava no chão e não nele.
— Como vou estudar se você não cala a boca? Como vou prestar atenção em minhas aulas se você não cala a boca? Como vou conversar com meus amigos quando você não CALA A MALDITA BOCA? — gritei por final, agora o encarando.
— Desculpe — ele falou, mas agora eu estava à flor da pele.
— Você não pode ficar conversando comigo quando estou conversando com outras pessoas. Você sabe que eu não posso olhar e nem conversar com você, Joe. Ninguém pode te ver a não ser eu. Você não está vivo, por favor, lembre-se disso — ele parecia prestar atenção no que eu dizia e até concordou com a cabeça enquanto encarava o chão.
— Vou tentar. Isso é novidade pra mim.
— Pra mim também.
Caminhei até ele, e como ele encarava o chão, e é muito alto, eu entrei no lugar que ele estava encarando, quase encostando nele, até que seus olhos caíram nos meus. Eu queria tocá-lo, mas não podia. Minha mão iria provavelmente passar através dele, como se nada houvesse ali.
— Eu vou para a aula. Encontro-te aqui mais tarde? — sussurrei. Reparei que ele levantou a mão esquerda até meu rosto, mas deteve-se ao pensar que não conseguiria me tocar, assim como eu.

— Claro — ele respondeu depois de segundos de constrangimento.


XOXO Neia *-*
Tá ai o novo capítulo, espero que tenham gostado :-)
Comentem e divulguem pra mim pff...Kiss

3 comentários:

  1. Wow cara kkk amei, você divo haha
    Eu ri demais quando a bocuda da Demi gritou "GRAÇAS A DEUS" e todomundo ficou olhando pra ela kkkkkkk, e também graças a Deus que você postou u.u brincadeira xuxu kk
    Posta logo viu? Besitos.

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