Antes do capitulo:
Hoje é o Dia Da Mãe (aqui em Portugal), não sei se ai no Brasil e outros tmb é, mas se for, FELIZ DIA DAS MÃES PARA VOCÊS. Prontos gente tive de postar isso pq elas são pessoas importantes na nossa vida. ;)
Agora o capitulo:
Quando voltei para a aula de
anatomia descritiva, minha professora Olivia estava passando uma matéria
importante para as provas que viriam em breve. Ela olhou para mim quando
entrei, mas nada disse. Nós, alunos, podemos agir sob livre e espontânea
vontade quando estamos na faculdade, então entrar e sair na sala é algo normal
do dia-a-dia, desde que não atrapalhe a aula. Sentei ao lado de Sterling e
tirei o material da ochila para copiar o que Olivia passava no quadro.
— Como você está? —
perguntou Ster aos sussurros.
- Muito melhor, só fui tomar
um remédio — acho que minhas mentiras estão cada vez mais convincentes. Não sei
se isso é bom ou ruim. Bom, porque eu poderia mentir em tudo o que dizia a
respeito de Joe, como naquele momento, mas ruim quando fosse pega. Um flagra
total: espero que isso não aconteça comigo. Afinal, minhas mentiras são pequenas
e inofensivas, e somente para o bem de Joe... e está ajudando no meu também.
Não queria que me chamassem de maluca e me mandassem para um hospício, onde
provavelmente era o meu lugar.
— Vanessa me mandou uma
mensagem de texto dizendo que vai ter uma festa amanhã no quarto do Brian — Ster
afirmou e eu assenti. — Posso ir?
— Claro que sim, Ster —
respondi. Não estava olhando para ele, mas senti um sorriso enorme se formando
no seu rosto. Isso era um problema. Quando Ster vai se tocar que não quero nada
com ele?
O sinal tocou e eu saí
correndo da sala, ouvi Ster gritar alguma coisa para mim, mas não consegui
decifrar o que era. Quando abri a porta do meu quarto, Joe estava estendido na
minha cama encarando os livros na prateleira. Antes de falar qualquer coisa, eu
fui verificar se Vanessa estava ali dentro.
— Ela entrou e saiu há
alguns minutos. Fale para ela na próxima vez que cantar não significa gritar —
ele avísou gentilmente, mas tinha um sorriso no canto de sua boca. Eu achei
aquilo extremamente sexy.
— E aí? — disse e sentei á
sua frente. Ele me encarou com olhos tristes. — O que está errado?
— Nada. Absolutamente nada,
esse é o problema. Eu não faço nada o dia todo. Eu não como, não durmo, não
preciso estudar e nem assistir às aulas. Eu observo as pessoas, mas nenhuma
delas pode me ver. Queria ler um livro da sua prateleira, mas eu não posso
tocar em nada.
O único momento que me sinto
vivo e bem é quando estou com você — ele respondeu sentando-se à minha frente
de uma maneira que me fez sentir mal. Eu não queria que ele se sentisse
miserável em minha não presença.
— Você sabe por que está
aqui? — perguntei aos sussurros.
— Não.
— Você sabe quem te matou?
— Não me lembro de nada a
respeito disso, nada mesmo — ele respondeu com uma bufada.
— Você tem alguma ideia quem
possa ter tido mágoas contra você?
— Acho que você anda
assistindo muito CSI pro meu gosto, Demi.
— Estou tentando te ajudar,
mas, se você não quer a minha ajuda... — levantei-me da cama.
— Espere — ele pediu, e eu
voltei para onde estava.
— Olha, você sabe que eu não
sou uma pessoa muito agradável. Eu posso ter tido sim muitas pessoas com ódio
de mim — pela primeira vez estávamos tendo uma conversa verdadeira. Sem aquelas
porcarias de deboche ou algo do tipo.
— Alguém com ódio o bastante
para te matar? — perguntei delicadamente para a conversa não desandar ou o
clima mudar.
— Não que eu saiba...
espera... roubei as bebidas de uns caras no semestre passado de brincadeira e
eles ficaram muito, muito irritados. Eles eram tipo motoqueiros — eu fiquei com
os olhos esbugalhados.
— Brincadeira? Ah, Joe conta
outra, vai.
— É sério.., até mesmo
devolvemos a grafia. Mas o que não sabíamos era que as bebidas eram na verdade
um tipo de vinho muito raro. Dá pra acreditar? Motoqueiros bebendo vinho.— e
ele caiu na gargalhada. Pela primeira vez eu estava vendo-o pela pessoa que ele
realmente é/era. Eu dei um sorriso de leve e me aproximei mais de onde ele
estava. Assim ficamos a meros centímetros, distância suficiente para podermos
nos tocar. — É idiotice, não é? Ficar rindo quando você está morto — ele disse
entre o ataque de riso.
— Joe... — sussurrei
tristemente e ele percebeu. De repente havia lágrimas escorrendo de meus olhos.
Não havia nem notado quando haviam ficado molhados.
— Demi... — ele pronunciou
meu nome tão docemente que poderia jurar que não tinha saído de sua boca. — Por
que você disse que eu odiava você? — eu franzi a testa, não entendendo do que
ele estava falando. — No necrotério, antes de você saber que eu estava morto.
Você disse que estava preocupada, até mesmo achando que eu odiava você.
— Você me odeia. Você deve
ter ficado muito decepcionado quando reparou que eu era a unica pessoa com quem
podia se comunicar — respondi secando as lágrimas de meu rosto, lágrimas que
não paravam mais.
— Pra começo de conversa, eu
não te odeio. Como eu poderia te odiar se eu nem mesmo te conheço?
— M-m-m-as você foi t-t-t-ão
ruim comigo, eu pensei...
— Eu sou assim com todo mundo.
É um mecanismo de defesa, assim, se acontecesse alguma coisa, eu não sentiria
nada por ninguém. Eu fiquei completamente arrasado quando meus pais morreram e
nunca quis ter aquele sentimento de novo. Então eu comecei a ser rude com as pessoas,
até mesmo com você. E eu lamento muito sobre isso, você é... uma das razões por
que eu queria voltar à vida — encarei-o profundamente quando ele pronunciou
essas últimas palavras. — E quando a escuridão tomou conta de mim... eu vi...
você. Você me viu, eu achava que estava no céu... vendo uma pessoa tão linda.
Mas depois me dei conta de que você estava viva e eu morto — eu queria tanto tocá-lo,
sentir sua pele na minha. Ele estava pensando a mesma coisa, pois sua mão
esquerda foi até meu rosto e tentou tirar as lágrimas que ainda restavam em meu
rosto, fechei meus olhos, mas não senti nada. Quando os reabri queria ver aqueles
olhos cor de mel, mas a única coisa que vi foi a minha cama vazia.
— Demi, o que está errado? —
ouvi uma voz feminina, quando virei meu rosto para encará-la, Vanessa vinha até
mim e sentou em minha frente, tirando as lágrimas que Joe queria ter tirado. —
Ah, Demizinha, me diga — tentou ela novamente tristemente segurando minhas mãos
com força, como uma irmã faria.
— É só que... eu queria que
ele estivesse vivo sabe? EIIy, a tia dele.., você não a viu, Vanessa, ela
estava tão desesperada. Nunca vi alguém agir assim antes.
— Ah querida, Joe está em um
lugar melhor. E Elly irá ficar bem — ela quis me confortar dando-me um abraço
de urso. Se Vanessa soubesse que o espírito de Joe ainda estava por aqui ela
provavelmente iria surtar. Então decidi deixá-la com sua ilusão sobre onde Joe
poderia estar. Coloquei Elly na história para não precisar inventar uma mentira
que Joe e eu nos conhecíamos muito antes de ele morrer e que eu queria que ele
estivesse vivo ao meu lado.
Horas mais tarde eu fui para
o meu trabalho. Gabriel tinha razão, aquele lugar não era tão ruim depois que você
acostuma. Ainda tinha uma pessoa tão boa e carinhosa quanto o Sr. T, que
cuidava de tudo por ali.
Aquele, porém, era um dia
diferente, em que o Sr. T foi resolver alguns assuntos pessoais e eu fiquei
sozinha cuidando da recepção até ele chegar.
Comecei lendo um livro, mas
depois de algumas horas eu decidi escutar música. O barulho naquele lugar
estava me apavorando como nunca.
Gabriel disse que todo mundo
achava que eram fantasmas, mas com a minha experiência eu até podia acreditar
no que ele havia dito. Não vi ninguém, por alguma razão eu somente podia ver o
fantasma de Joe Jonas.
Enquanto escutava o som do
AC/DC, eu organizava toda a papelada da semana anterior. Não era nada difícil,
mas o sistema de Gabriel era muito complicado, decidi adotar outro. Então, além
de organizar a papelada da última semana, eu também estava organizando todos os
papéis de acordo com meu próprio sistema. O Sr. T adorou de como eu estava
tomando iniciativas e tentando me adaptar a meu espaço. Depois eu teria que
explicar para ele de como tudo aquilo iria funcionar.
Eu estava tão perdida em
minha música que não reparei em Joe sentado em minha cadeira. Apenas vi que ele
movimentava a boca e eu não estava escutando absolutamente nada por causa da
música alta.
— O que você está fazendo? —
perguntou ele, depois que removi meus fones de ouvido. A aparência dele nunca
muda, nem as roupas, nem nada. A única mudança que eu sempre noto são as suas
expressões.
Naquele momento, por
exemplo, ele estava sorrindo. Nada de sorriso falso, mas um sorriso que estava
feliz por estar me vendo. Eu sorri de volta, não podia ler seus pensamentos, e
ele nem poderia concordar comigo, mas eu estava feliz por ele estar ali.
— Estou, sabe, só
trabalhando. Vai ficar bom no meu currículo.
— Quer ajuda? Você parece
estar afogada em papéis — ele retrucou sorrindo.
— Estou ótima, mas obrigado
por se oferecer — sorri de volta. Na verdade eu queria que ele me ajudasse, eu
realmente estava afogada em papéis. Mas como ele estava morto e não podia tocar
em nada, ele não poderia exatamente me ajudar.
— Você pode conversar com outros
fantasmas? — perguntou ele enquanto brincava em minha cadeira giratória. Se
alguém entrasse ali naquele momento, esse alguém provavelmente iria ficar
assustado e nunca mais voltar. Porque, sabe como é... minha cadeira estava
girando para o lado esquerdo e direito... como se uma pessoa realmente
estivesse ali sentada girando pra lá e pra cá.
— Não. Só vejo você. Por
quê? — ele parou muito de repente e olhou para mim como se estivesse surpreso.
— Eu pensei que você falasse
mesmo com fantasmas, tipo diariamente. Antes mesmo de eu aparecer — disse ele
parando de girar na cadeira.
— Nope. Eu não vejo nadinha, apenas você.
— Isso é estranho... — começou
ele seriamente, pensando no assunto. Ele naquele momento parecia estar
realmente vivo. Eu sei que eu iria algum dia conversar com ele em público por
realmente achar que ele estivesse vivo ao meu lado. — Isso me torna especial
não é? — perguntou com um ar excitante.
— Acho que sim.
— Então eu sou seu fantasma
particular. Deve ser estranho para você — ele estava realmente não sendo rude
comigo? Ou eu estou sonhando? Cadê o Joe maldoso e sem caráter?
— Antes era. Você viu como
eu pirei quando o vi.
— Achei que você havia
pirado por me conhecer, só isso.
— E você se comunica com os
outros fantasmas? — perguntei sem ao menos olhar para ele. Meus braços estavam
quase cedendo com tantos papéis que segurava para colocar na prateleira
correta.
— Eu os vejo, mas não
converso com eles. A1guns por alguma razão, estão ensanguentados e com buracos
enormes na cabeça ou no estômago. Eu tenho medo de me aproximar deles, apesar
de eu já estar morto — eu esperava uma resposta como essa, mas por algum motivo
isso me deixou muito inquieta e eu estremeci. Pensei no que Joe acabava de falar.
Olhei para ele e reparei nas marcas em seu pescoço, era a maneira que ele
morreu. Talvez os fantasmas mantenham a aparência de quando eles morreram. Joe apenas tinha um hematoma no pescoço, enquanto outros
tinham buracos de bala e sangue por toda parte. Fiquei feliz nesse momento por
somente poder ver Joe.
— Tem algum por aqui agora?
— perguntei. Eu já estava assustada, algo a mais em minha cabeça não iria fazer
muita diferença.
— Sim. Há uma senhora de
idade que fica batendo a cabeça na parede, por isso esses barulhos que você
tanto escuta. E há um homem andando para lá e para cá encarando o chão como se
tivesse esperando por alguém na sala da autópsia.
Eu estava errada. Eu estava
completamente errada. Eu fiquei sim mais apavorada do que antes.
— Você está brincando, não é?
Por favor, diga que você está brincando — soei amedrontada. Eu sabia que ele
não estava brincando, porque o barulho que ele havia mencionado era a razão por
eu ter parado de ler. Pensei que estava relacionado com os dutos de ventilação,
mas Gabriel aparentemente estava errado quanto a este lugar não ter fantasmas.
— Calma, eu não vou
deixá-los chegarem perto de você — murmurou Joe sentando-se no chão perto de
onde agora eu me encontrava. Pelo som em sua voz ele estava apreciando o meu
medo. Por quê?
— Você fez isso de propósito
agora eu não vou poder entrar mais aqui sem você para me dizer onde os fantasmas
estão — joguei na cara dele ao me levantar, ele continuou no chão apenas me
observando. Senti que fiquei vermelha quando seus olhos não desgrudavam dos
meus, meu coração começou a bater tão desesperadamente como se eu tivesse
corrido quilômetros. Quando ele se levantou e parou a centímetros de mim, eu literalmente
parei de respirar. Eu não conseguia pensar, eu não conseguia respirar. EU
PRECISO DE AR. EU PRECISO QUE ELE ESTEJA VIVO.
Intensidade: era o que eu
sentia. Eu queria derramar minhas lágrimas que estavam prestes a cair como um
oceano. Eu não queria acreditar, eu não podia acreditar no que eu estava
sentindo. Eu desviei meus olhos de Joe e corri para o banheiro feminino. A
ideia de não poder tocar em alguém é insuportável ainda mais quando essa pessoa
está a centímetros de você e tudo o que você quer é um simples beijo ou um toque
em sua mão. Eu não queria acreditar, mas eu estava, sim, apaixonada por um
fantasma. Um fruto proibido, algo que eu nunca vou poder ter por completo. Por
que isso estava acontecendo comigo? POR QUÊ?
— Você está bem? — perguntou
Joe ao meu lado enquanto estava no banheiro.
— Preciso do meu espaço Joe,
meu Deus. Vá embora — pedi tentando parecer irritada, mas soou como eu menos
queria que soasse.
Magoada uma garota de
coração partido.
E isso era tudo o que eu
sentiria quando ele atravessasse a luz e se reunisse a seus pais.
Joe respeitou meu desejo e
desapareceu. Eu não queria que ele fosse, mas também não queria que ele ficasse.
Cada vez que olhava para ele eu sentia algo mais forte se formando dentro de
meu coração. Vai ficar tão grande que na hora de se quebrar vai doer ainda
mais. Eu não podia mais vê-lo. Eu estava sendo egoísta, sim, afinal, eu era a
única que podia vê-lo e ajudá-lo, mas a dor de não tê-lo era uma facada em meu
frágil coração. Eu devia fazer alguma coisa, mas eu precisava escolher. Eu poderia
guardar para mim mesma toda essa paixão e ajudá-lo o mais rápido possível, ou
ficar vendo-o pelo resto de minha vida. Acho que a primeira opção seria mais
apropriada. Vou guardar meus sentimentos dentro de uma caixa e nunca mais vou
abri-la.
XOXO Neia *-*
Hey gente :) Sei que não costumo postar assim tão rápido, mas como vocês foram queridos e comentaram no cap. anterior decidi dar-vos esta prenda :) kkkk
Continuem a comentar PFF e a DIVULGAR.
P.S: Sejam bem vindas as novas leitoras
P.S.2: Isto vai começar a ficar mais intenso (nada de hot gente não pensem coisas hahaha)..kiss
Sou nova aqui e já estou amando sua fic , ela é perfeitaaa! Feliz dia das mães pra você e aqui no Brasil não é dia das mães , dia das mães é só semana que vem dia 11. Beijinhoss e posta logo pff .
ResponderEliminarAi Deus que capitulo incrivel
ResponderEliminarDemi se apaixonou por um morto, será?
eu ri quando Joe disse que tinha uma senhora de idade batedo a cabeça na parede tipo o que ela tem na cabeça paea ficar batendo na parede? Aadfghjkl demais kk
Posteeee logo xuxu bjão <3
Aaaaah to amando a fic!
ResponderEliminarPosta logo, eu quero mais. ;-)