sexta-feira, 23 de maio de 2014

O Sussurrar de Uma Garota Apaixonada – Capitulo 8

— Olha só quem voltou para a terra dos vivos? — perguntou Vanessa empolgada como se tivesse acabado de ganhar na loteria.
— Eu estou vendo coisas? É mesmo a Demi, vivinha da silva? — perguntou Ster levantando-se de seu lugar no refeitório e abriu os braços para mim com um sorriso estampado no rosto. Por que essa agora de ficarem me comparando a zumbis? Eu não estava mordendo ninguém a procura de carne e sangue, eu estava apenas vivendo na minha. Eu até gostava dos filmes de zumbis como  Resident Evil e  ZombieLand,  mas eu não tinha nada a ver com eles, e isso já estava me dando nos nervos.
— Ok, sem mais palavra envolvendo zumbis ou eu bato em vocês — disse, decidida.
— E ela está de volta — Ster disse me apertando em mais um abraço, e eu deixei a irritação de lado e abri o melhor sorriso que tinha para meus amigos. Isso os deixou felizes, e a nossa refeição ficou mais agradável.
Lá estava eu novamente em meu canto no refeitório ao lado de Ster e Vanessa. Eu pensava que as coisas haviam mudado, como se os garotos tivessem de repente ficado mais maduros, ou as patricinhas tivessem adquirido mais bondade em seus corações, mas não... tudo continuava como quando os deixei. A não ser, é claro, o caso amoroso secreto entre Vanessa e Aaron.
Eu pensava que as desculpas de Aaron iriam vir em, sei lá, uma semana, ou no mês que vem, ou talvez até nunca, mas Aaron havia aparecido em nossa mesa no refeitório e sentado ao lado de Vanessa. Então ele me encarou. Foi engraçado ver Ster naquela situação, ele franzia a testa de Vanessa para Aaron e depois de Aaron para mim. Ster não estava entendendo absolutamente nada daquela situação. E nem as pessoas que estavam sentadas perto de nossa mesa; eu apenas ouvia uns cochichos e olhares em nossa direção.
— Tá legal, o que está havendo? — perguntou Ster decidido.
— Aaron me prometeu que pediria desculpas a Demi — respondeu Vanessa como se estivesse orgulhosa e tivesse feito algo que nenhum outro ser humano poderia algum dia fazer. Eu pensei sinceramente que Aaron estivesse ali na nossa mesa apenas porque havia transado com Vanessa, mas... como eu estava errada. Estava? Ster, no entanto, notou algo mais.
— Vocês dois... — ele começou, mas não conseguiu terminar, então achei melhor eu terminar por ele.
— E eles tiveram uma noite especial ontem, que não envolvia roupas.
— DEMI! — gritou Vanessa, mas ela não estava magoada, apenas um pouco envergonhada, somente um pouco.
— Ah, qual é? O Ster é da turma, ele não se importa em saber das nossas experiências sexuais. Não é, Ster? — me virei para ele, que fez um não com a cabeça. — Viu, Ster é um dos únicos caras maduros desta faculdade — e com isso eu parei meu olhar em Aaron, que me olhava desconfiado, e que finalmente decidiu dizer o que havia ido fazer em nossa mesa.
— Eu sinto muito, Demi, sério mesmo. O Joe que me tirava das roubadas em que eu entrava, mas agora que se foi eu fiquei perdido. E eu não bebo desde aquela noite, pode confiar em mim. Nunca mais vou levantar a não para uma mulher; portanto, desculpe-me — disse ele envergonhado e passou a encarar a mesa depois de terminar. Vanessa passava a mão em suas costas e sussurrava algumas coisas em seu ouvido que nem eu nem Ster podíamos ouvir. Eu podia dizer que fiquei impressionada, Aaron não parecia ser tão ruim, afinal de contas.
— Tudo bem... está quase perdoado. Mas... se fizer uma coisa sequer que faça a minha Vanessa chorar, você vai se ver comigo. Vou te fazer coisas das quais você nunca ouviu falar na sua vida. Vou fazê-lo chorar como uma criança e implorar por ajuda. — Acha que eu fui muito dura? Eu não, homens precisam de uma gelada de vez em quando. Todos na mesa olharam para mim como se eu tivesse dito que iria matar o cara, um silêncio mortal reinou até que ouvi:
— Muito bem, Demi, estou orgulhosa de você — isso não veio de ninguém da minha mesa, mas de Joe, se encontrava sentado ao meu lado. Eu nem olhei para e apenas disse:
— Está entendido, Aaron? Se tudo der certo, eu perdoo completamente.
— C-c-claro — respondeu ele de mãos dadas com Vanessa.
— Meu Deus, por onde você andou por todo esse tempo? — perguntou Ster, olhando-me com olhos esbugalhados.
— O quê? Estava apenas sendo sincera. Eu trabalho e um necrotério, pelo amor de Deus. Sei de várias ferramentas que vocês nunca ouviram falar — essa foi a minha resposta e eu não deveria ter dito tudo aquilo. Pareceu ainda mais que eu era uma louca assassina, Aaron ainda me encarava com medo, Vanessa o reconfortava e Ster... bom, os olhos que ainda estavam esbugalhados. Virei-me para o lado esquerdo e encontrei um Joe sorridente que de repente levantou polegar para mim, claramente mostrando aprovação e que eu tinha todo o controle da situação. Eu revirei os olhos e voltei para minha comida, que ainda estava intocada.
O assunto foi esquecido no ar depois de poucos minuto graças aos deuses, e as nossas conversas foram ficando um pouquinho mais agradáveis.
Eu disse um pouquinho.
— Então vocês estão oficialmente namorando? — perguntou Ster.
Não sei se o tom dele significava aprovação ou não. Vanessa não se importava com o que ele pensava, era a vida dela, afinal de contas. Mas levar uma pessoa para a nossa mesa e para o nosso grupo que alguém não aprovava era algo... ruim? Desrespeitoso? Ainda mais alguém que já havia me agredido. É, ele pediu desculpas e tal, e eu quase aceitei, mas isso não significava que eu ou o Ster iríamos esquecer do assunto assim de uma hora para outra. Eu sabia que o Ster pensava o mesmo que eu quanto ao assunto de ele machucar a Vanessa, mas acho que não tão macabramente como eu.
— Estamos — respondeu um deles superanimado, e você não vai acreditar qual dos dois. Sim, foi o Aaron que disse isso, feliz da vida, Vanessa deve ter feito um ótimo trabalho na cama ontem à noite, porque o cara não tirava os olhos dela, ele estava “amarradão” nela, como diriam certos garotos festeiros. E como eu sei disso? Eu não digo nem que a vaca tussa.
— Que ótimo — murmurou Ster nem um pouco animado, perdeu totalmente o apetite em relação à comida que e encontrava em sua frente.
— Ihhh, Ster não gostou nada disso, mas pode limpar para ele, Demi, que Aaron não é tão ruim assim. Quero dizer, quando ele está sóbrio, é um cara legal. Fui colega de quarto do cara, então eu sei que ele vai tratar bem a Vanessa... desde que não beba — esse foi o discurso do Joe em relação ao namoro dos dois. Fiquei surpresa que alguém daquela mesa os aprovasse, e esse alguém nem vivo estava.
O sinal tocou antes mesmo de eu dizer o que eu pensava sobre aquilo, mas; eu e Vanessa teríamos tempo suficiente para conversar sobre o assunto em nosso quarto compartilhado. Fui andando até minha sala de aula com Joe ao meu lado. Pela primeira vez, ele não falava nada, aquilo foi muito esquisito. Ele SEMPRE tinha algo para falar ou fofocar.
Deixei passar, eu não podia simplesmente perguntar a ele o que estava errado na frente de todo mundo sem que me chamassem de louca.
Fiquei surpresa por encontrar policiais em minha sala de aula, eram cinco ao todo. Perguntei a mim mesma o porquê de tantos deles. Eu não era a única, todos os alunos de anatomia descritiva estavam em alerta e sussurravam entre si para saber o porquê de tudo aquilo. Minha professora favorita, Olivia, conversava com um deles, e eu tinha certeza de que aquele que conversava com ela era o mesmo que havia me feito perguntas sobre o Joe no necrotério. O nome dele era Lewis, tinha muito gel no cabelo e sua barba havia crescido muito desde a última vez em que eu o vira. Além disso, ele parecia exausto, como alguém que não dormisse há dias, ou até mesmo semanas.
Caminhei com Joe, também surpreso, e sentei em meu lugar habitual. Dali eu pude reparar mais nos policiais que acompanhavam Lewis, que parecia ser o mais velho e mais exausto de todos, parecia o chefe da operação. Os outros policiais não impunham o mesmo respeito que Lewis, uma autoridade de fato. Quando ele começou a falar, todos os presentes fizeram silêncio, todas as centenas de pares de olhos olhavam para o policial Lewis. Eu o olhei, mas por alguns segundos meus olhos se voltaram para Olivia. Ela estava sentada em sua cadeira, encarando a mesa azul clara, o cabelo loiro liso e comprido caía sobre os ombros, e sua expressão era de pura tristeza. Aquilo mexeu comigo, eu sabia que naquele momento a notícia não seria boa. Joe notou meu olhar sobre Olivia, a expressão dela e a minha, e ele entendeu o que eu sentia. Ele pôs sua mão perto da minha, que descansava na mesa, como se me desse um sinal de que estava ali comigo, de que eu não estaria sozinha depois daquele aviso. Isso me acalmou.
— Como vocês bem sabem, assassinatos vêm ocorrendo. Joe Jonas há mais de dois meses, Vincent Gomez há três semanas e agora Gabriel Santiago... — Lewis tentou continuar, mas o murmúrio estava alto demais e, além disso, uma garota no fundo da sala começou a chorar. — Ele foi encontrado ontem à noite no campus da universidade assassinado do mesmo modo que Joe e Vincent. Todas as vítimas foram estranguladas e deixadas em algum lugar da universidade. Já é o terceiro caso em menos de três meses, o que nos leva a crer que temos um serial killer perto de nós, pessoal. A única coisa que peço é que tenham cuidado de agora em diante, os garotos principalmente. Tentem sempre estar acompanhados de seus amigos e não fiquem zanzando pela universidade até tarde da noite. A questão é simples: querem permanecer vivos? Nada de festas e de correr riscos, isso é sério. Algumas vidas já foram perdidas, e eu odiaria voltar aqui e encontrar outro colega de vocês morto. — Lewis falava sério, e suas palavras eram assustadoras, o que causou pânico e muita falação, mas ele ainda não havia terminado. — É claro que estamos tomando providências, esses policiais se revezarão e ficarão disponíveis 24 horas por dia. Todos vocês serão interrogados por mim, que sou o encarregado do caso. Não importa quantos mil alunos há nessa faculdade, eu farei de tudo para descobrir onde esses garotos estavam, quem eram seus amigos, que festas frequentavam, em que brigas se envolveram e tudo o que conseguir descobrir com toda a ajuda de vocês. O horário de cada aluno já foi marcado e quem não comparecer receberá uma visita especial minha. Nada de gracinhas crianças... Os horários vão ser postos no mural da sala depois da aula. Tenham um ótimo dia e se cuidem.
E foi assim. Lewis nos meteu um medo tremendo de sair até mesmo da sala de aula sem companhia. Todos nós estávamos lá, parados, petrificados com o aviso de Lewis, até mesmo Olivia que não conseguiu dar mais aula e nos dispensou mais cedo. Mas antes de sairmos, o aviso dos horários foi posto no mural. Todos silenciosos iam até o mural, procuravam seu nome, viam o horário e seguiam porta afora. O meu horário estava marcado para o dia seguinte à tarde.
Demi Lovato — 16h35m
Teria que avisar ao Sr. T que talvez chegasse tarde no necrotério.
— Bom, pelo menos eles estão fazendo algo para desvendar meu assassinato — disse Joe quando estávamos em meu quarto. Eu estava estendida em minha cama, pensando sobre tudo aquilo, enquanto Joe caminhava de um lado para o outro, impaciente.
— Não apenas o seu assassinato, mas também o de Vincent e Gabriel.
— Você acha que esse tal de Gabriel é aquele que trabalhava no necrotério antes de você? — perguntou Joe. Eu apenas franzi a testa e fiquei imaginando como ele sabia que antes de mim existia um tal de Gabriel. E eu comecei a pensar que talvez fosse ele mesmo, mas que esperava que não fosse. Ele foi tão gentil comigo naquele dia, e aparentava estar tão feliz, como se tivesse entrado em férias ou algo do tipo.
— Espero que não. Falarei com Troy sobre isso hoje à noite. Se o corpo de Gabriel tiver chegado até ele, Troy saberá e me dirá a verdade — sussurrei.
Depois de um longo tempo em silêncio, em que pensei que até Joe havia desaparecido, lembrei de uma pergunta que estava me incomodando já havia algum tempo. Levantei minha cabeça e vi que Joe estava sentado em minha cadeira da escrivaninha e me olhava com o olhar perdido.
— Quero que te perguntar uma coisa — eu disse.
— Manda.
— Promete que não vai ficar bravo?
— Sim — respondeu ele sorrindo. Sentei-me na cama e o encarei.
— Você acha que seria possível... sabe... o Aaron... t-t-ter te... ele não me deixou terminar.
— me matado? — terminou ele, que caiu na gargalhada. Eu não mexi nem um músculo, não achava aquilo nada engraçado. — Qual é, Demi? Aaron era meu colega de quarto, eu conhecia o cara como a palma da minha mão. Ele não machucaria uma mosca.
— Eu não penso assim, eu acho o que ele fez comigo algo bem sério — e de repente ele notou o quanto eu havia ficado magoada. Aaron podia ser um amigo camarada e tudo mais, com ele, mas Aaron era diferente quando ficava bêbado Joe mesmo disse isso. Então, por que não?
— Desculpe, D...
— Ele teve oportunidade, e, se ele estivesse bêbado poderia ter feito isso sim — interrompi o seu pedido desculpas e continuei com a minha teoria.
— Nisso você pode até ter razão, mas a polícia está procurando um serial killer, Demi. Você mesma ouviu Aaron dizer que ele não bebe esde o seu ataque.
— Ele pode estar mentindo — continuei decidida.
— Tudo bem. Mas, se eu não estou enganado, Vanessa estava com Aaron ontem à noite. Então ele não poderia ter matado Gabriel — disse
Joe ao seu tom normal. Ele não se vangloriou nem mostrou-se rude. E ele tinha razão, queria tanto achar alguém em quem pôr a culpa que eu não estava dando atenção aos fatos. E o fato era que Vanessa estava com Aaron no dia anterior à noite. A festa tinha começado lá pelas 22 horas e eles ficaram no quarto de Aaron a mais ou menos umas 4 horas. Vanessa notaria se ele tivesse desaparecido.
— Tudo bem — revelei depois de ter pensado na verdade. — E o que você se lembrou quando veio me pedir ajuda? Você ainda não me disse nada sobre isso.
Ele ia responder, mas nós dois ouvimos barulhos e ficamos em alerta. O som não estava vindo do corredor, mas do meu banheiro. Joe e eu nos entreolhamos desconfiados e miramos na porta do banheiro. E de repente duas pessoas saíram de lá.
— Com quem você está falando? — perguntou Vanessa aos tropeços enquanto saía do banheiro, com Aaron atrás de si.





XOXO Neia :)
Novo cap. postado, espero que gostem :D
Comentem, divulguem e sigam pff
Kiss <3








4 comentários:

  1. Eu simplesmente não acredito que você parou nessa parte! Você só pode estar brincando comigo!
    Preciso muito de mais capítulos! Isso tá tão perfeito! Quero saber o que o Joe tem pra falar pra Demi, mais tem sempre alguma coisa que atrapalha Êeee vida!
    Posta logo, beijos com glitter

    ResponderEliminar
  2. KKK Meu Deus o q a Demi vai dizer? E mais uma morte :O Adorei

    ResponderEliminar
  3. Adorei a sua fanfic, e com certeza lhe ajudarei a divulgar, uma boa história sempre deve ser compartilhada. Sou escritora tbm e sei como é difícil. Estou gostando mt de todos os capítulos, vc escreve mt bem!
    Beijos :*

    ResponderEliminar
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar