sábado, 28 de dezembro de 2013

Capítulo 14 - MARATONA

Demi
Joe tinha sugerido que nós víssemos um filme sob o estratagema de ficarmos abraçados no sofá, mas a maneira como seu corpo pressionava o meu firmemente contra a minha bunda e como ele acariciava e mordiscava meu pescoço estava me distraindo do filme. Eu podia sentir sua pulsação contra o meu corpo e relaxei no conforto que ele me proporcionava, mesmo sabendo que não poderia durar para sempre.
— Onde você mora, Dê? — Ele perguntou baixinho.
— Hm?
Ele distraidamente girou uma mecha de meu cabelo em torno de seu dedo.
— Do outro lado da cidade. — Eu bocejei. — Por quê?
— Eu não gosto que você tenha que dirigir para casa tarde da noite. — Sua preocupação suave pairou no ar em torno de nós parecendo fora do lugar, mas doce no entanto. — Mas se você ficar aqui... Madison iria fazer todos os tipos de perguntas que eu não estou pronto para responder.
O que ele queria dizer era que ele ainda não estava pronto para discutir onde esta relação se dirigia. Estávamos mesmo em um relacionamento? ‘Deus, eu realmente precisava me acalmar um pouco.’
— Joe, eu moro em um prédio seguro. Tenho um estacionamento subterrâneo e um porteiro. — Eu não mencionei o local de fitness, spa e portaria 24 horas, sabendo que isso era uma parte da minha vida que Joe não estava acostumado.
Ele não tocou mais no assunto, mas eu poderia dizer que a minha resposta não o satisfez. Ele colocou um braço pesado em volta do meu corpo e puxou-me mais apertado contra ele.
— Como é possível que você ainda seja virgem, docinho? Você é sexy como o inferno.
Eu considerei não só a questão dele, mas também a minha resposta. Não era algo que eu tinha planejado.
— Eu fui para uma escola privada só para meninas, e os poucos encontros que eu tive eram em sua maioria acompanhantes para os meus bailes, organizados por meus pais. Passávamos natais em Aspen, verões em nossa casa do lago, e eu acho que realmente só não houve oportunidade.
Mexi-me, me aconchegando mais perto de seu corpo quente.
— Eu decidi ficar por perto para a faculdade, em vez de afastar-me e encontrar meu próprio caminho como eu prometi a mim mesma que faria. E eu acho que apenas continuei a viver no molde que meus pais tinham criado. Estúpido, não é?
— Não, querida. Não é isso que eu quis dizer. — Ele me deu um abraço, me segurando perto. — Eu sei que não sou o tipo com quem você normalmente sai, mas talvez... só por agora...
— Shh. Vamos apenas ver onde isso vai, Joe.
Eu atei meus dedos com os dele e trouxe-os para os meus lábios para pressionar um beijo na parte de trás de sua mão. Ele riu contra o meu ouvido, enviando uma corrente de ar quente para a parte de trás do meu pescoço.
— Consigo pensar em algo que eu gostaria que você beijasse mais do que a minha mão. — Sua voz era baixa e áspera.
Alcancei atrás de mim para sentir sua ereção crescente no seu jeans e ele sugou uma respiração irregular. Rolei no sofá estreito para que eu ficasse de frente para ele.
Seus olhos estavam escuros, intensos e cheios de desejo. Sem dizer nada, cada um de nós começou a desabotoar a calça jeans do outro, enquanto nossas línguas colidiam em um beijo frenético.
Joe puxou minha calça jeans pelas minhas pernas, tomando minha calcinha com ele. Eu puxei as calças e sua cueca boxer apenas o suficiente até que eu senti o calor do seu pênis sólido pressionando contra a minha barriga nua. Agarrei-lhe com as duas mãos, tendo em conta como ele era abundante e, cuidadosamente, o acariciei.
— Foda-se, isso é tão bom.
Ele observou minhas mãos trabalharem para cima e para baixo, rosnando baixo em sua garganta. Puxou a barra da minha camisa, e eu liberei-o momentaneamente para levantar os braços acima da cabeça, o que lhe permitiu remover o pedaço ofensivo de tecido.
Ele girou-me até ficar em cima dele, de forma que estava nivelada contra seu corpo, sua ereção tensa cutucando a minha abertura. Estávamos tão perto, apenas alguns milímetros mais e ele estaria dentro de mim. Seu olhar escuro colidiu com o meu e me deixou sem palavras. Eu balancei meus quadris contra os seus, deslizando seu pau contra minhas dobras molhadas. Senti seu corpo ficar tenso e quando abri os olhos, ele estava com os olhos fechados com força e estava respirando de forma irregular.
Sons de um choro suave vieram do quarto de Madison. Nós nos separamos, nossos olhos procurando um ao outro.
— Joe! — Mad gritou.
Ele pulou, puxando sua calça jeans, e correu para o quarto.
Sentei-me no sofá e coloquei a minha roupa. O momento se foi. Eu podia ouvir a voz baixa de Joe murmurando carinhos suaves para Madison.
Eu coloquei meus sapatos e jaqueta. Tinha sido um longo dia, e minha guerra de emoções sobre Joe e o dia com Madison tinham me deixado exausta.
Joe voltou alguns minutos depois, parecendo desgastado.
— Ela está bem?
Ele esfregou a parte de trás do seu pescoço.
— Sim, ela está bem. Apenas um sonho ruim. Eu a coloquei na minha cama.
‘Oh.’
Ele olhou para o meu casaco e franziu a testa.
— Está ficando tarde. — eu expliquei.
Ele acenou com a cabeça. — Sim, acho que sim. — Ele atravessou a sala em dois passos fáceis e me puxou para seu peito, dando um beijo suave na minha boca.
— Boa noite.
— Boa noite. — Eu sussurrei, sem fôlego com seu beijo.
Ele me acompanhou até a calçada e ficou perto da porta do carro enquanto eu subia para dentro.
— Então, amanhã? A que horas?
— Seis. Vamos nos encontrar em frente ao Clube de Campo Sherman Oaks.
Ele balançou a cabeça. — Porra, docinho...
Eu sabia que tinha convenientemente deixado de fora a parte sobre o jantar ser no clube dos meus pais. Sorri para ele docemente.
— Ah, e Joe? Use uma gravata. — Eu fechei a porta do carro em sua expressão atordoada e me afastei. Como passamos de estrela pornô/paciente para pseudo-namorado, eu não tinha ideia.
Apesar do dia doméstico acolhedor que tínhamos compartilhado, eu não podia esquecer que Joe e eu vinhamos de mundos muito diferentes, e sabia que o jantar com a meus pais testaria qualquer relação que tinhamos desenvolvido.
Vi Joe imediatamente. Ele estava vestido com uma camisa branca de abotoar e uma gravata azul marinho, com calças à combinar. Ele parecia sexy como o pecado, mas eu não poderia deixar de notar como ele parecia fora de lugar enquanto olhava para a entrada do clube, sua tatuagem brincando de esconde-esconde com o colarinho da camisa. E ele deve ter sentido isso também, porque seus olhos corriam ao redor do estacionamento, procurando-me, e ele só relaxou quando seus olhos se encontraram com os meus.
Ele me avaliou com um sorriso sexy enquanto eu me aproximava, meus saltos agulha clicando contra o caminho de tijolos. Pressionou a mão contra a parte inferior das minhas costas uma vez que eu estava perto e me puxou apertado, inclindando-se para colocar um beijo na minha garganta.
— Você está sexy, docinho. — Ele rosnou.
Corei com seu elogio, olhando para o meu vestido preto. Eu raramente tinha a chance de o vestir.
— Obrigado. — Meus olhos procuraram o estacionamento e quando vi meus pais se aproximando me afastei do abraço de Joe.
Minha mãe usava um terninho azul-claro e meu pai estava em seu habitual traje de domingo, um blazer azul marinho, gola desabotoada, sem gravata. Esse era o único dia da semana em que ele não usava gravata, considerando que trabalhava quase a toda a hora. Mas eu sabia que Joe usar uma faria uma boa impressão.
Quando eles se aproximaram, Joe se inclinou em direção ao meu ouvido.
— Por que eu tenho que usar uma gravata, se ele não usa?
Dei uma cotovelada em suas costelas e coloquei um sorriso no meu rosto quando meus pais se aproximaram.
Um homem de terno se aproximou da nossa esquerda, lançando um conjunto de chaves na mão de Joe.
— Ei, o mantenha ligado. Eu vou estar de volta em alguns minutos.
Os olhos de Joe encontraram os meus, cheios de irritação. Oh! Minha confusão desapareceu quando eu percebi que ele pensava que Joe era o manobrista.
Joe resmungou alguma coisa para o homem, e jogou as chaves de volta para ele, ao mesmo tempo que meus pais pararam ao nosso lado.
Minha mãe e eu trocamos beijos e eu dei ao meu pai um abraço rápido antes de apresentá-los a Joe.
Eles lhe sorriram educadamente e ele e meu pai apertaram as mãos.
— O que foi isso? — Meu pai perguntou, inclinando a cabeça para o cara, que agora esperava no meio fio pelo verdadeiro manobrista.
— Apenas um mal entendido. — eu interrompi rapidamente antes que Joe pudesse abrir a boca, e fixei um sorriso no meu rosto.
Isto era estranho. Muito estranho. ‘Siga com isso, Demi.’
Os olhos da minha mãe percorreram meu vestido e sua boca se apertou. Eu puxei a barra da minha saia, desejando que ficasse mais perto de meus joelhos. Joe percebeu o que eu estava fazendo e pegou a minha mão na sua, dando-lhe um aperto firme antes de liberá-la. Eu respirei fundo e nos encaminhamos atrás de meus pais para a sala de jantar.
Nos sentamos à mesa dos meus pais que era sempre perto das janelas com vista para o campo de golfe. Como o outono estava chegando, não havia muitos golfistas no campo hoje, exceto algumas almas dedicadas terminando suas jogadas.
Joe foi muito cavalheiro, parecendo ter esquecido o incidente com o manobrista, e puxou minha cadeira antes de se estabelecer em sua própria. Ele franziu a testa para a quantidade de talheres em seu lugar e eu dei um aperto suave em seu joelho por debaixo da mesa.
— Demi nunca trouxe um acompanhante para nossos jantares de domingo. — mãe disse, olhando desconfiada para Joe.
Joe, reagindo rápido, agarrou minha mão em cima da mesa.
— Bem, eu estou feliz por estar aqui.
Minha mãe se acomodou em sua cadeira, com as costas ainda eretas, mas aparentemente satisfeita com a resposta dele.
O garçom veio para escrever o pedido dos nossos drinques, começando com o de Joe. Ele pediu uma garrafa de cerveja. Eu estremeci. Nós nunca bebemos cerveja nos jantares de domingo. Era uma espécie de coisa com meus pais. O resto de nós pediu chá gelado.
Quando o garçom retornou com nossas bebidas, Joe acenou que não precisava de um copo e eu pensei que os olhos de minha mãe cairiam de sua cabeça.
Mas quando ele inclinou a cabeça para trás e bebeu direto na garrafa, expondo uma pequena secção de sua tatuagem, minha mãe ofegou e agarrou a toalha da mesa à
sua frente.
Eu queria ir ao banheiro me esconder. Não teria sido a primeira vez que eu faria isso. A última cabine no banheiro tinha servido como meu esconderijo ocasional por anos quando precisava escapar da intromissão de minha mãe.
Meu pai finalmente fez a pergunta que eu sabia que estava na sua mente desde o encontro com o Joe.
— Então, o que você faz, Joe?
Joe deu outro gole fortificante de cerveja antes de responder.
— Eu trabalho em construção. Com telhados principalmente.
— Hmm, — minha mãe apertou os lábios.
Meu pai simplesmente assentiu. — Você gosta de trabalhar com as mãos? Eu nunca fui muito bom nisso. Inferno, eu praticamente tenho que chamar um eletricista apenas para trocar uma lâmpada.
Joe sorriu e relaxou um pouco em sua cadeira. — Sim, eu gosto de ver os resultados concretos do meu trabalho. Eu faço todos os tipos de coisas, carpintaria, elétrica... me avise se você precisar de uma mão. Não faço canalização, mas o resto eu consigo geralmente descobrir.
Percebi que nunca tinha ouvido Joe falar sobre o seu trabalho. Eu gostava de o ouvir descreve-lo. Era igual a como eu me sentia sobre enfermagem. Gostava da noção de ajudar a melhorar alguma coisa, deixando-o em melhor estado do que o encontrei. Claro, meu trabalho era com pessoas e o de Joe era com materiais inertes, mas eu ainda entendia o que ele queria dizer. Duvidava que meu pai poderia se relacionar, os balanços de contas não eram exatamente emocionantes. Mas eu gostei que ele conversasse e sorrisse, pelo menos tentando se relacionar com Joe.
O garçom logo voltou, perguntando o nosso pedido.
— Costela, prime especial, Sr. e Sra. Lovato?
Meus pais concordaram com a cabeça. Joe entregou seu menu sem olhar para ele.
— Você tem hambúrgueres aqui?
O garçom assentiu. — Certamente, senhor.
Sem saber o que me possuiu, talvez fosse o regresso da Dê que comia asa de galinha sem pudor, eu segui o exemplo do Joe.
— Vou querer hambúrguer também.
— Mas você sempre come costela… — Minha mãe interrompeu.
— Eu sei, mas estou no clima para uma noite de hambúrguer.
— Não seja boba, ela vai comer costela. — minha mãe disse ao garçom.
O olhar do garçom saltou entre mim e minha mãe, aparentemente não tendo certeza de quem ouvir, quando Joe interrompeu.
— Demi é uma menina grande, ela sabe o que quer. — A declaração estava associada a um significado mais profundo e todos sabiam disso.
Eu não pude evitar sorrir para ele antes de voltar-me para o garçom.
— O hambúrguer, por favor. Bem passado e com queijo gouda.
Joe se inclinou para trás, colocando seu braço sobre as costas da minha cadeira, casualmente bebericando sua cerveja.
— Você tem visto muito o Peter, querida? — Minha mãe perguntou.
‘Bom timing, mãe.’
Joe  olhou para mim, claramente interessado na minha resposta.
— Não, mãe. — Eu disse em um tom cortante, enviando-lhe um olhar que dizia ‘pare’.
O resto do jantar passou sem mais drama. Meu pai e Joe tentaram encontrar temas para discutir, e depois de várias falsas partidas com investimentos e depois política, finalmente encontraram algo em que eles poderiam concordar, o Chicago Bears futebol. Logo eles estavam animadamente discutindo jogadas e a última prisão do zagueiro.
Minha mãe comeu em silêncio, apunhalando o seu jantar e o empurrando em torno de seu prato. Meu hambúrguer estava delicioso, e eu me perguntei por que nunca tinha pedido um antes. Comi tanto que meu vestido estava quase estourando quando deixámos o restaurante um pouco mais tarde.
Joe e eu permanecemos no estacionamento depois que meus pais se afastaram. Sua camionete destoava no estacionamento cheio de carros de luxo, sedãs e SUVs. Incluindo o meu próprio.
É Sophia quem está com Mad?
— Sim. — Ele respondeu.
— Você tem tempo para uma bebida? Eu não moro muito longe daqui.
Gostava da ideia de que ele soubesse onde eu morava, para não mencionar que eu estava ansiosa para continuar de onde paramos na última noite antes de sermos interrompidos pelo pesadelo de Madison.
Ele suspirou e passou as mãos pelo seu cabelo, em seguida, afrouxou a gravata no colarinho.
É melhor não.
O ar ao nosso redor mudou. Parecia duro, frio.
— Joe? — Dei um passo mais perto. — Por que isso?
Eu me preparei, pronta para ouvir que o julgamento da minha mãe foi demais e que ele estava me cortando da sua vida.
— Eu preciso chegar em casa para ver Mad.
Seus olhos se recusaram a olhar para os meus e eu sabia que havia algo que ele estava escondendo.
Eu estava prestes a dizer-lhe que Mad ficaria bem pela próxima hora, mas algo sobre sua postura rígida me disse para não pressioná-lo.
— Ah, então eu acho que poderia ir com você para sua casa.
Ele deu um passo para trás. — Esta noite não, Demi.
Fiz uma careta e quando, de repente, percebi que ele tinha me chamado Demi, em vez de docinho, meu estômago torceu em um nó doloroso.
— O que há de errado?
— Ouça, Dê. Você e eu nos divertimos, mas ambos sabemos que eu não posso pagar as merdas a que você está acostumada. Spa, pedicures e jantares caros não se encaixam na minha vida. Isto tem que acabar em algum momento e quanto mais tempo passarmos juntos, mais vai doer para Mad quando isso acontecer.
— Sinto muito, eu só pensei que o mergulho quente e a massagem seriam bons para as pernas dela.
Essa visita ao spa não tinha sido por mim. Eu tinha feito isso pela Madison. Seus olhos se arregalaram em compreensão e um flash de culpa cintilou através deles.
— Independentemente disso, você sabe que eu estou certo. A desaprovação foi notória nos rostos de seus pais. Eu não fui para a faculdade. Eu não tenho nenhum diploma. Tenho responsabilidades, uma hipoteca e a custódia total de uma irmã de seis anos de idade.
— O que foi tudo aquilo lá dentro de “Demi é uma menina grande, e ela sabe o que
quer?” — Eu o desafiei. Claro, ele tinha responsabilidades, mas eu já não mostrei a ele que estava a bordo com a Madison? E daí se ele não tinha um diploma universitário?
Ele tinha um maldito mestrado em sedução.
— Você é uma adulta. Deve ser capaz de se impor a seus pais.
— Bem... eu sei o que quero. — Meu tom foi desafiador e meus olhos não vacilaram nos seus.
Ele suspirou e afastou os olhos de mim. — Isso até pode ser verdade, mas eu tenho uma menina para cuidar. Ela não tem ninguém. Ela tem que vir em primeiro lugar. Desculpe.
— Eu sei. — Eu entendia isso, realmente.
— Você está me dizendo que acha que seus pais alguma vez aceitariam o nosso namoro? Não. Você sabe que não. Sua mãe estava tentando te juntar com Peter, enquanto eu estava sentado bem ali.
— Não me importo.
— Eu importo. — Sua expressão não vacilou. Era como se alguém tivesse me socado no meu peito e eu estava lutando para respirar.
— Joe... — Estendi a mão para o seu antebraço, mas ele deu um passo para trás.
— Vá para casa, Demi.
Seu tom de voz sem emoção praticamente congelou a minha pele e eu tropecei para trás em meus saltos. Não querendo que ele me visse chorar, eu me virei e corri para o meu carro.



XOXO Neia *-*

o próximo capitulo promete.....

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