O Natal
estava chegando, portanto quase metade dos alunos estava na casa de seus entes
queridos, inclusive a minha colega de quarto e melhor amiga Vanessa. Ela foi
para casa de sua grande família havia uns três dias e eu já estava começando a
sentir sua falta. Estava sozinha naquele quarto por dias que pareciam não
passar, e estava quase enlouquecendo.
Se ao menos
Joe aparecesse eu não ficaria nessa frustração. É claro que eu saía para o café
da manhã, quando não estava com preguiça, e para o almoço e o jantar, mas não
era a mesma coisa quando Vanessa e Ster não estavam ali para me contar as
fofocas do dia ou todas as besteiras que eles diziam para deixar meu dia
melhor.
Joe não
passava mais todo o tempo comigo. Ele não conseguiu alcançar o assassino,
afinal de contas. Se punia diariamente por ter fracassado. Passava então quase
que dia e noite observando as pessoas, observando se alguma coisa estava fora
do comum. Ele talvez esperasse que, assim com naquela noite, pudesse topar com
o assassino no ato. Para mim o herói daquela noite havia sido Troy, porque se
não fosse ele eu não estaria lá para salvar Aaron, em primeiro lugar. Eu ainda
estaria catalogando papéis enquanto Aaron era sufocado até a morte.
A história
de Aaron sobre o acontecimento foi breve. Um momento ele estava naquela
ruazinha indo encontrar Vanessa e no segundo depois ele estava acordando no
hospital. A chave de tudo foi o clorofórmio: isso explicava o porquê de os
rapazes não reagirem ao assassino.
Eu ainda
não estava com a minha família por uma questão muito, muito simples. Eles eram
advogados muito famosos e bem pagos, os clientes requeriam mais tempo deles e
eu acabava ficando sozinha até alguns dias antes do Natal. Naquele momento,
então, eu me encontrava na cama jogando xadrez comigo mesma, o quão idiota isso
era? Eu tinha lido Amanhecer, de Stephenie Meyer, quase que o todo, então
logicamente eu precisava tratar de fazer alguma coisa, não importando o quão
idiota pudesse parecer.
— Acho que
você está totalmente perdida aí.
— AH MEU
DEUS, QUAL O SEU PROBLEMA? — gritei para Joe, que apareceu ao meu lado sem eu
sequer nota-lo e quase me matou de susto. — Já disse pra você parar de fazer isso.
Qual é a sua? Tem prazer de me ver morrendo de susto toda vez que você aparece?
Deus do céu!
— Nossa, já
vi que você está nervosinha. Acho que vou embora — ele disse virando-se para a
porta, como se estivesse vivo e pudesse atravessá-la.
— NÃO! —
gritei com desespero quase que me levantando da cama para impedi-lo. Respirei
fundo antes de dizer: — Desculpe-me, tá legal? Eu estou sozinha por tanto tempo
que parece que eu surtei. Sinto muito mesmo — murmurei timidamente e vi que ele
andava para mais perto de mim, o que me deixou feliz e menos deprimida pela
minha solidão.
Por que
ainda está aqui? Não deveria estar com seus pais, como todo mundo? — perguntou
ele sentando-se na ponta de minha cama. Joe estava vestindo a mesmíssima roupa
de sempre, uma calça jeans preta largada com uma camiseta branca e com tênis Adidas,
mas quando ele se sentou em minha cama a luz refletiu nele de uma maneira
angelical. Seu rosto gentil naquele momento parecia brilhar, seus olhos ficaram
mais claros que o normal, pude ver os braços fortes pela musculação diária de
quando estava vivo e bem. Ele parecia estar mais vivo do que nunca.
— Hum, eu
deveria, mas meus pais são pessoas ocupadas demais — respondi bufando lenta e
tristemente.
— Eles
podiam fazer um esforço para ficarem mais com você, ainda mais com tudo o que
você está passando. EIes deveriam trabalhar menos — murmurou ele delicadamente
e mais sutil que nunca. Hoje devia ser um dia bom para ele, geralmente seu humor
variava, o que me deixava à flor da pele. Nunca sabia quando ele iria começar a
ser rude comigo.
— Você não
entenderia. Eles me amam, é claro, faze de tudo para me verem feliz. Eu posso
dizer que eles são os melhores país do mundo. Você os amaria.
— Adoraria
conhecê-los — disse Joe. — Ou melhor, adoraria observá-los quando você for para
lá. Posso ir? Você não ficaria envergonhada comigo na presença deles? — e pude
perceber quando ele limpou sua garganta na hora dai perguntas, com medo de ser
rejeitado.
Seus olhos
não me olhavam e ele encarou o chão. Como se algum dia eu pudesse negar alguma
coisa para ele. Por que ele não sabia disso?
— Hum,
deixe-me pensar... É claro que você pode ir engraçadinho. Quero que você
conheça a minha mãe, ela a pessoa mais divertida e amorosa da face da terra. E
me pai é a pessoa mais doce — respondi animada e com um sorriso largo no rosto,
isso o fez sorrir, ou melhor, soltou umas gargalhadas fofas. Depois de um momento
de silêncio ele começou a encarar meu jogo de xadrez; eu não sou nisso, estava
esperando que ele não notasse.
— Então você
costuma jogar xadrez... sozinha? — ele perguntou franzindo a testa e com um
divertimento em sua voz, como se estivesse prestes a cair na gargalhada novas
mente. Eu assenti sem me importar com o que ele poderia pensar de mim. — Isso é
estranho.
— Uau, como
você é esperto. É óbvio que isso é estranho, mas isso não me impede de jogar...
nunca — disse sorridente, e ele soltou o sorriso que estava guardando de dentro
de si. Ele sentou com as pernas cruzadas como índio, como eu, na frente do
tabuleiro. Eu podia sentir o que aconteceria depois.
— Vamos ver
se você pode me vencer — ele desafiou levantando apenas uma sobrancelha e
fazendo uma careta que me fez abrir um enorme sorriso. O que estava acontecendo?
Será que estávamos mesmo trocando sorrisos idiotas feito um casal de
apaixonados?
— Você vai
ganhar todas, eu não sou muito boa nisso — confessei, mas ele nem ligou. Pediu
que eu colocasse as peças nos lugares iniciais e eu o fiz. Eu era a cor branca
e ele, o preto. Eu comecei movimentando meu peão, ele pediu que eu movimentasse
um dele também. E assim fomos jogando xadrez, pelo menos eu não estava jogando sozinha
e nem estava quase entrando em depressão por estar tão solitária.
Eu estava
com uma das pessoas que mais amava nesse mundo. Pela primeira vez fiquei feliz
por Vanessa não estar ali comigo.
Jogamos
xadrez por horas a fio até chegar à noite e eu não estava nem um pouco cansada,
na verdade estava me divertindo à beca.
— Assim não
vale, você não disse xeque-mate antes de me vencer — o ameacei com o indicador
de uma maneira brincalhona.
— Você
disse que era ruim e já ganhou quase todas as partidas. Estamos quites — disse Joe.
— Na
verdade você é tão ruim quanto eu. Posso ser ruim, mas você é pior — ele sorriu
e eu dei um soquinho de leve em seu ombro como um bom amigo camarada
provavelmente o faria. O rosto sorridente de Joe se transformou em algo
aterrorizante, como se acabasse de saber que alguém conhecido dele tivesse
morrido. Eu não entendi aquela expressão, e o olhei confusa por um certo tempo.
Somente quando ele olhou para seu próprio ombro e para mim que eu me dei conta
da situação que havia se passado.
Minha
respiração começou a se elevar rapidamente, meu peito até doía de tão forte que
o coração batia. Eu estava tão distraída que nem havia me dado conta de que eu
realmente havia tocado em Joe. Eu tinha dado um soquinho nele e nem tinha me
passado pela cabeça que ele estava morto e que nada daquilo poderia sequer
acontecer.
— Isso
aconteceu não é? Eu realmente toquei em você — sussurrei lentamente e estremeci.
Ele assentiu com a cabeça e eu praticamente perdi o controle. Joguei todo meu
jogo de xadrez no chão em um ato de desespero me sentei a meros centímetros dele.
Eu queria me certificar de que eu podia tocar nele novamente antes de pular em
seu pescoço.
Minha mão
tremia quando a levantei para tocá-lo, Joe dessa vez não me impediu. Ele sempre
me impedia quando tentava tocá-lo, sempre.
A questão
de ele não estar me impedindo deixou-me mais nervosa. Ele não se mexia, não
mexia um único músculo, como se o efeito pudesse passar se ele se mexesse.
Minha mão esquerda foi lentamente até seu peito, eu tremia mais ainda quando
estava quase, quase o tocando. Quando senti o tecido de sua roupa em minha mão
trêmula uma lágrima caiu em meu rosto e respirei fundo, como se o pior já
tivesse passado. Joe fechou seus olhos agora aliviados e felizes e sentiu minha
não passando de seu peito e indo até seu ombro. Ele abriu os olhos com desejo
quando descansei minha mão em seu braço musculoso debaixo de sua camiseta.
Joe
finalmente se mexeu e levou sua mão direita até meu rosto, e tirou a lágrima
que eu não havia secado.
— Isso
realmente está acontecendo? — perguntei aos sussurros, ele assentiu rapidamente
e chegou mais perto de mim. Pôs uma mão em minha cintura e a outra mão passava
em meu rosto sem parar. Seus olhos pareciam satisfeitos, até mesmo realizados.
— Sua pele
é tão... macia. Você é perfeita — ele disse sinceramente quase que hipnotizado.
— Eu nunca pensei que poderia tocá-la, eu... — eu percebi que ele estava
prestes a atropelar as palavras, que não sabia o que dizer. Ele estava sem
palavras, ele me olhava como se eu fosse um diamante raro que nunca poderia
perder. Aquele olhar, aquela sensação me fez sentir a pessoa mais feliz e sortuda
de todo o planeta. E como eu poderia pensar assim se ele estava morto? Eu não
sabia o que estava acontecendo, eu com certeza não havia pedido nada assim de
Natal e nem havia feito pedido algum para qualquer realizadora de desejos.
Eu queria
senti-lo em mim, levantei-me me posicionei em cima dele. Ele separou as pernas
para que eu me encaixasse perfeitamente no centro dele. Ele me envolveu com
seus braços, apertando-me mais contra ele, como se nunca pudéssemos estar perto
o suficiente. Eu toquei em seu rosto pela primeira vez, no seu belo rosto que
muitas garotas matariam para sentir. Nossas testas e narizes se tocavam e meus
olhos se fecharam.
— Beije-me,
Joe, por favor — sussurrei em desespero. Senti sua mão passar para minha nuca e
então aconteceu. Nossos lábios se moviam devagarzinho para conhecer o território,
mas isso não durou muito tempo. Queríamos nos beijar havia tanto tempo que
movimentos gentis e doces não seriam suficiente para nós. Ele colocou primeiro
a língua dentro de minha boca e eu gemi quando nossas línguas se tocaram. Levei
minha mão para passar entre seus cabelos macios e trouxe mais para perto de mim.
Como se já não estivéssemos perto o bastante. Mas eu o queria, eu nunca pensei
que isso poderia acontecer. Será que estava acontecendo? Será que eu estava sonhando?
Diante do que aconteceu depois, eu soube realmente que não era sonho algum.
— Eu te
amo. Tanto... tanto — confessou Joe quando parou ofegante depois de nossos
beijos. Meu coração derreteu, mas ainda assim batia desesperadamente como se
quisesse fugir. Eu peguei a mão de Joe que descansava em minha coxa e a levei
até meu coração acelerado. Eu queria que ele soubesse como ele estava fazendo
me sentir.
— Eu te
amo... mais que tudo nesse mundo — sussurrei em seu ouvido e depois encarei seus
olhos brilhantes e felizes. Eu queria que aquele momento durasse para sempre.
Eu vou me lembrar daquele momento para sempre. Ele entrelaçou seus dedos nos
meus e voltamos a nos beijar ferozmente. Eu não queria parar de beijar nunca
aqueles lábios carnudos e perfeitos. Joe sabia o que fazia, e o mais estranho
ainda era que ele sabia o que me deixava mais excitada. Ele colocou sua mão por
debaixo de minha camiseta e tocou em minhas costas. Eu tive que deixar sua boca
e soltar um alto gemido, segundos depois seus lábios estavam em meu pescoço. Eu
estava à beira da loucura, mas isso não durou muito tempo. Ouvi alguém abrindo
minha porta com um tilintar de uma chave.
Eu e Joe
nos olhamos rapidamente e ele desapareceu. Quando a porta se abriu eu perdi o
equilíbrio por não estar mais em cima de Joe e me estatelei toda no chão
gelado.
— O que
você está fazendo no chão desse jeito como uma louca doida? — perguntou Vanessa
espantada quando me viu com uma perna ainda na cama, mas o resto todo no chão.
Aquilo doeu, realmente doeu muito. Joe podia ter me avisado que ele cairia
fora, mas que covarde.
— VANESSA,
VOCÊ VOLTOU — gritei como se eu estivesse surda de um ouvido, ou talvez dos
dois. Ela se espantou ainda mais com a minha gritaria.
— Você está
drogada, Demi? Bebeu alguma coisa? Ou isso é natural? Meu Deus, realmente não
entendo essas suas viradas de humor e loucura — perguntou ela indo até seu armário
e o abrindo. Enquanto isso, eu me movimentava devagarzinho para não doer tanto
minhas costas. Eu não respondi ao comentário de Vanessa, ela riu depois de
perguntar, então ela devia estar brincando, foi o que pensei.
— Por que
voltou tão cedo? — perguntei sentando me novamente em minha cama devagarzinho
como se eu fosse uma velhinha.
— Como sou
a pessoa mais inteligente da face desse lindo planeta, me esqueci completamente
dos presentes de Natal. Dá pra acreditar? — e com isso ela tirou várias caixas
de presente bem do fundo do armário e colocou mochila, que parecia ser maior que
ela. — Eu jurava que eles já estavam na mala, mas quando fui pegá-los para
deixa-los sob a árvore de Natal, não os encontrei e pirei. Vim correndo pra cá.
— Ah, ainda
bem que isso não aconteceu na véspera Natal, você nunca iria vir pra cá e
voltar a tempo — conclui, e ela concordou. Depois de um tempo parada na porta
olhando para mim e em seguida para o canto do meu lado do quarto, ela disse:
— O que
você estava fazendo quando entrei, afinal? Perguntou desconfiada. Eu sorri um
pouco para ter tempo de inventar algum tipo de desculpa, e o que eu consegui
encontrar em alguma parte de meu cérebro foi:
— Ah, você
sabe que eu adoro Natal, Vanessa. Eu estava pulando na cama e quando vi alguém
entrando me assustei — isso não me pareceu muito convincente, mas aparentemente
Vanessa acreditou. A minha habilidade de mentir estava ficando cada vez melhor,
e isso graças a Joe Jonas.
— Hum, tome
cuidado na próxima vez. Você pode, sei lá, bater a cabeça em algum lugar. E se
isso acontecer, ninguém vai estar aqui pra te ajudar — disse ela muito séria.
— Vou tomar
cuidado... eu prometo.
Vanessa
largou a mochila de presentes no chão e veio até mim, abraçou-me fortemente e
me desejou um Feliz Natal, e me entregou um pacote bem embrulhado com árvores
de Natal como estampa.
— Obrigado
por pensar em mim — agradeci sorridente.
— Sempre — Vanessa
respondeu, como se nunca pudesse me esquecer, e isso me fez parar de querer
mata-la por ter interrompido o amasso com Joe.
— Comprei
algo para você também — eu corri para meu armário e tirei um tubo embalado, que
continha um pôster de Titanic. Eu sabia que Lucy amava romances e que tinha uma
grande coleção de pôsteres dos seus filmes preferidos. Ela me disse há algumas
semanas atrás que nunca conseguia achar o pôster de Titanic, que era
impossível. Desde e então, eu revirei praticamente todos os lugares de pôsteres
que eu podia pensar e encontrei um bem conservado em uma lojinha quase que
caindo aos pedaços. Eu sabia que Vanessa iria pirar quando o abrisse. — Espero
que goste — ela sorriu feliz e depois de outro abraço ela saiu do quarto. Eu fiquei
parada onde estava e me vi sozinha novamente. Havia apenas alguns minutos tudo
estava tão perfeito... como um sonho.
XOXO Neia :)
AHHHHH ELES TOCARAM-SE FINALMENTE!!!!! VANESSA PQ TINHAS DE TER ENTRADO LOGO NESSA ALTURA!!! Kkkkk desculpem....prontos mais um capitulo :)
Desculpem não ter postado mais cedo mas voces não estavam comentando :( e (respondendo ao comentário) ainda não entrei de ferias infelizmente, ainda tenho exames. Mas não há de ser nada. Continuem a comentar a sigam pff
Kiss <3
Que perfeito,eles se beijaram <3 *-*
ResponderEliminarAnsiosa para o próximo
POSTA LOGO
Posta logo pelo amor de deuuuussss
ResponderEliminarAí caramba. Meu Deus o que dizer depois disso? Como eles podem se tocar? Gente ele morreu alguém me explica por favor? Vanessa tem que chegar na melhor hora mesmo... E eu ri com a Demi caindo kkkkkk
ResponderEliminarPreciso de mais por favooor ...
E quando você entra de férias? Sabe eu gostaria de uma maratona u.u
Fabíola Barboza
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ResponderEliminarPerfeito <3
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