Sabe aquela sensação de que
você está debaixo d’água e tudo o que escuta são vozes distorcidas? Foi assim
que eu me senti quando acordei com Vanessa e Joe tentando me acordar para não
perder meu primeiro horário de aula. Enquanto Vanessa me sacudia, Joe gritava
para me acordar.
— ACORDA, RAIO DE SOL —
gritou Joe.
— Parem de gritar, já vou
acordar, Deus do céu. — resmunguei enquanto esfregava os olhos.
— Em primeiro lugar, Demi,
você já perdeu o primeiro o segundo horário. Tentei te acordar enquanto estava
saindo hoje cedo, mas você simplesmente não se mexia. Parecia uma lagartixa
morta — disse ela sentando se na minha cama.
— E em segundo e terceiro
lugar?... — perguntei ainda de olhos fechados.
— Não tenho a menor ideia,
não sei por que diabos comecei com essa contagem — Vanessa respondeu e eu
soltei uma gargalhada. Acho que simplesmente fiquei feliz por ela não ter
comentado o meu “Parem de gritar”, já que ela não estava gritando e que havia
apenas eu e ela dentro do quarto.
— Como vão as coisas entre
você e Aaron? — decidi que se ela falasse sobre a própria vida, ela esqueceria
as perguntas que ela queria me fazer. Como, por exemplo, como eu sabia que
Brian havia roubado o trabalho de Joe, que Joe e eu supostamente estávamos
namorando e não sabia de nada.
— Estão ótimas, Demizinha,
estamos transando feito loucos, mas o que eu quero saber é por que você não me
contou que você e Joe mortinho da silva estavam namorando? — ah, eu sabia que
esse assunto iria se arrastar rapidamente pelo campus inteiro eventualmente.
— Aconteceu, Vanessa, e
quando eu me dei conta ele estava morto e ninguém mais sabia que estávamos
juntos — respondi tão naturalmente que até parecia verdade. Minha cama estava
tão confortável eu não queria sair dali nunca mais.
— Bom, pelo menos, agora, eu
e Ster sabemos por que, você ficou naquele modo zumbi estranho por tanto tempo.
Você estava com saudades dele, não é? — perguntou ela com um tom de tristeza.
Pelo menos algo de bom veio de toda a falação, eu não podia simplesmente dizer
que estava tão deprimida porque um fantasma não queria mais me ver. Acho que o luto
me faria parecer uma pessoa mais sã.
— Você me descobriu —
respondi com um sorriso sem graça como se ela tivesse me pego no flagra.
— Você poderia ter me dito,
eu poderia ter te ajudado — ela disse de uma maneira que me fez sentir
vergonha, como se eu não fosse uma boa amiga. Mas eu estava justamente
ocultando Joe-fantasma dela por querer protege-Ia.
— Desculpe-me, Vanessa, eu
deveria mesmo ter te contado, mas naquele momento achei que poderia resolver as
coisas sozinha.
— Hum... eu te perdoo. Mas
só se você levantar sua bunda magrela dessa cama, for tomar banho e almoçar
comigo e com Ster. Vamos te esperar no refeitório — ela deu um tapa em minha
bunda e saiu porta afora, sorrindo. Joe estava parado em frente à minha
escrivaninha e seguiu-a com o olhar.
— Você teve sorte de dividir
o quarto com Vanessa, ela é uma boa garota — ele disse.
— Também acho, ela é minha
melhor amiga — murmurei sorrindo para ele. Eu estava prestes a entrar no
banheiro quando perguntei — Você acha que eu devo contar a ela?
— Sobre mim? — ele perguntou
e eu fiz que sim com a cabeça. — Eu não me importaria se você contasse — eu dei
um meio sorriso para Joe e entrei no banheiro.
Eu poderia dizer que eu era
uma das garotas populares da Universidade, porque as pessoas sempre cochichavam
quando eu passava, apontavam ou olhavam feio para mim. Eu já estava acostumada
com aquilo, por assim dizer, mas os amigos de Brian estavam mesmo irritados comigo.
Mas eu estava feliz por saber que Brian não havia espalhado para todos sobre os
meus supostos poderes.
— Não ligue para eles, Demi.
Você fez a coisa certa ontem, em relação ao Brian — Vanessa concordou comigo
quando me sentei à mesa do refeitório com ela e Ster. Os cochichos sobre mim
poderiam ter acabado quando eu sentei, mas os olhares dos amigos de Brian eram
penetrantes. Até Joe se incomodou com aquilo e começou encará-los de volta,
como se eles pudessem vê-lo.
— Sinto muito pelo Joe, Demi.
Eu não teria agido como um completo idiota se soubesse que vocês dois estavam juntos
— se desculpou Ster. Aquele gesto me fez gostar ainda mais de sua companhia e
amizade.
Eu sorri para ele e lhe dei
uma palmada de leve nas costas para mostrar que eu compreendia e o desculpava.
— Vocês não vão acreditar...
— começou Aaron depositando sua bandeja em nossa mesa e se sentando ao lado de Vanessa.
- A pele sob as unhas de Joe. Adivinhem de quem era? — Nós o encaramos, todos, inclusive
Joe. — Era do Brian. O resultado de DNA demorou pra sair, mas ontem quando o
policial Lewis veio pra questioná-lo, ele encontrou Brian no meio do escândalo
na sala dos professores feito por você, Demi — disse ele apontando para mim. —
Brian está lá na delegacia desde ontem quando o pegaram alegando que é
inocente.., que Joe e ele apenas tiveram uma briga antes de Joe morrer — houve
silêncio, e Aaron começou a devorar seu almoço. Joe não tinha me dito nada sobre
qualquer briga, e eu achei isso estranho. Quando olhei para ele, sabia que ele
pensava a mesma coisa.
— Vocês acham que Brian
poderia mesmo ser o assas sino? — perguntei, incrédula. Os fatos poderiam levar
até ele, mas eu mesma tinha conversado com ele quando Joe estava desaparecido e
ele parecia mesmo preocupado. Mas seria pelo fato de ele tê-lo matado ou pelo
fato de que Brian se importava mesmo com o amigo?
— Eu sou amigo de Brian, o
cara pode ser hardcore , mas eu não acho
que ele é um serial killer — respondeu-me Aaron enquanto comia.
— Como assim hardcore? — perguntou Ster, agora
interessado.
— Sabe, ele é daqueles caras
da pesada. Que gostam de festas e brigas de vez em quando, fazem de tudo para
se dar bem nas provas e trabalhos. Essas coisas... — respondeu Aaron com a boca
cheia de batatas fritas. Ster, eu e Vanessa nos entreolhamos. Será que o serial
killer estava mais próximo do que a gente jamais poderia imaginar?
Enquanto policiais rondavam
pelos corredores, Joe e eu caminhávamos até minha próxima aula, que seria de
Microbiologia. A sala, por alguma razão, estava mais vazia que o normal.
Aparentemente eu não era a única a querer ficar na cama até tarde. Mas o
problema não era esse, muitos calouros decidiram que ficariam seguros em suas próprias
casas, e com isso começou a haver mais faltas, e as aulas virtuais, pela
internet, começaram a ser mais frequentes. Ou seja, enquanto eu estava ali na
sala de aula escutando o professor, meus colegas estavam em suas camas ou sofás
escutando e vendo o professor em suas casas. Os trabalhos podiam ser enviados
por correio e as provas foram adiada por tempo indeterminado.
— Você realmente acha que
Brian pode ser meu assassino? — perguntou Joe no meio da sala de aula enquanto
estava sentado ao meu lado parecendo ser qualquer outro aluno.
Eu não sei, poderia ser?
Poderia parecer estranho,
mas enquanto o professor ministrava sua aula eu conversava com Joe. Ele me
perguntava normalmente e eu escrevia a resposta em meu caderno, que estava
aberto. Não havia muitas pessoas perto de mim para perceberem que eu não
escrevia a matéria do quadro ou o que o professor dizia.
— Eu pensei que ele fosse
meu amigo, mas aí ele roubou meu trabalho e me fez parecer o cara mais idiota
do mundo. Então eu não sei o que pensar. Ainda mais quando ele diz que
brigamos, e eu não me lembro nada disso.
Você vai se lembrar, não se
preocupe!
— Espero que sim... Há tantas
coisas de que eu não me lembro. Seria muito mais fácil se eu me lembrasse de
meu assassinato, não é? — perguntou ele entre sorrisinhos nervosos.
Acho que você lembrará
quando for o momento certo :)
— Você provavelmente tem
razão.
É claro que tenho razão.
Sempre tenho razão. Hahaha
— Sabichona — ele disse, e
eu dei um sorriso de leve. Não poderia simplesmente cair na gargalhada no meio
da sala aula quando o professor falava sobre determinados tipos de bactérias.
Eu iria parecer uma louca que tinha acabado de sair de um manicômio.
Sabe quando você está
botando e tirando coisas em seu pen
drive? E sem querer seus dedos bêbados excluem seu trabalho mais importante do semestre?
É, foi isso o que aconteceu comigo. Consideramos o pen drive uma salvação para
muitas pessoas, mas, quando excluímos algo dele, não tem volta. Gosto de pensar
que estamos em uma época boa em tecnologia, mas por que eles não podiam
introduzir, sei lá, uma lixeira onde pudéssemos rever os arquivos excluídos, como
em qualquer computador normal?
Minha entrevista com Lewis
era dali a pouco tempo e já estava pirando. Fiquei encarando a tela do
computador com o queixo caído por quase meia hora, não acreditando que algo
assim algum dia pudesse acontecer comigo. Sou cuidadosa para essas coisas, ou
pelo menos eu me considerava cuidadosa antes daquilo. Quando me dei conta do
que tinha feito me deu uma intensa vontade de chorar e de quebrar tudo à minha volta,
incluindo o computador e o drive. Bati os punhos na mesa com toda a força que
eu tinha, de olhos fechados, mas isso não fez com que eu me sentisse melhor,
apenas acrescentou mais uma dor no meu dia.
— O que houve? — perguntou Joe
quando me sentada toda irritada em frente ao computador que se encontrava na
escrivaninha.
— Perdi todo o meu trabalho
de Anatomia. Desci murmurei quase à beira das lágrimas.
— E daí? Faz de novo — disse
ele, como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Isso me deixou com muita raiva.
— Você não entende. Eu
fiquei dias escrevendo o trabalho, mais de duzentas páginas perfeitas no lixo.
E como se isso não fosse suficiente, a entrega é para três dias. TRÊS DIAS, JOE!
— gritei no final. Estava tão agitada que não consegui ficar mais naquela
cadeira por muito mais tempo. Fiquei zanzando para lá e para enquanto Joe me
observava sentado na cama. Seus olhos me acompanhando, ele nem se incomodou pela
maneira que eu gritei com ele.
— Você se lembra das coisas
que escreveu? — perguntou Joe depois de alguns minutos de silêncio. Acho que
ele esperou um pouco para minha raiva sair do meu corpo.
— É claro que eu me lembro,
fui eu quem escreveu. Mas não me lembro de tudo, não sou uma máquina, droga!
— Você acha que isso nunca
aconteceu comigo? Na verdade isso acontece com todo mundo... Ficamos zangados,
queremos quebrar tudo e gritar. Mas sabe o que fazemos depois? — perguntou ele
com uma voz sensível amigável. Eu balancei a cabeça com um não. — Começamos a escrever
novamente — disse Joe com um sorriso leve, e então ele levantou-se e foi até
mim. — Escrevemos o que lembramos, acho que são as coisas mais importantes.
Escrevemos coisas novas, melhoramos o que estava com nossa cabeça e no final
tudo ficará bem. Afinal de contas, a professora Olivia adora você, tenho
certeza de que se lhe disser o que aconteceu, ela vai entender e lhe dará mais
alguns dias para finalizar o trabalho.
Joe entrou em minha cabeça.
É claro que ele estava em meus pensamentos desde a primeira vez que o vi, mas
não é isso o que eu estou dizendo. Quero dizer que suas palavras sobre o
assunto me fizeram compreender. O que eu tinha feito estava feito, não posso
voltar atrás, então tudo o que eu pedia fazer era respirar fundo, seguir em
frente e deixar as coisas fluírem. Afinal, a vida nem sempre é lá uma
maravilha.
— Você está certo — murmurei
depois de respirar fundo, e olhei para os olhos claros em minha frente.
— Claro que estou certo.
Sempre estou certo — ele disse, e eu caí na gargalhada. Eu havia dito algo
parecido havia alguns minutos. Não acredito que ele lembrava das coisas que eu
falava. Quero dizer, é muito raro os homens se lembrarem do que nó mulheres
dizemos, não é? Pelo menos, é o que todo mundo fala, inclusive os homens.
— Temos que ir para
delegacia — interrompeu Joe as nossas risadas.
— Você vai mesmo querer ir?
— É claro. Nunca iria perder
um interrogatório de meu próprio assassinato — ele sorriu. A maneira que ele
disse isso foi quase como se já tivesse aceitado a morte. Sem nenhuma tristeza.
Acho que Joe era como meu trabalho excluído... sem volta.
Dava uns vinte minutos de
ônibus até a delegacia e isso me deu tempo para pensar. Não tinha parado para
imaginar antes como tudo aquilo que estava por vir poderia se tornar difícil.
Quero dizer, Lewis estava na sala quando eu pedi para Brian dizer a verdade
sobre o trabalho de Joe. Então isso provava que eu estava mentindo na primeira
vez em que o vira, e que eu não sabia qual era o motivo da discussão entre Joe e
o professor Bradley. E o fato de Joe ser meu namorado. Eu tinha dito a Lewis
que ele era apenas meu amigo. O que ele iria pensar de mim agora? Que sou uma
grande mentirosa que tem algo a ver com a morte do namorado? Tudo o que Lewis
me perguntou naquele dia e eu respondi eram verdade, mas, com o passar do
tempo, tornou-se mentira.
Eu quero falar a verdade,
quero ajudar na investigação. Tudo que Lewis e o resto da equipe querem é pegar
o serial killer com as nossas verdades. E eu não podia fazer isso. Claro que
iria responder às perguntas com toda a minha sinceridade, mas teria que omitir
várias partes para que eles não desconfiassem de mim. Policiais sabem quando
alguém está escondendo algo, e se eles pensarem que esse algo tem a ver com a
minha participação nos crimes? Isso eu não poderia suportar, Joe precisava de
mim para encarar o mundo e o seu assassino. Eu teria que soar o mais convincente
possível. Teria que fazer as minhas mentiras parecerem verdades.
Quando entrei na delegacia
com Joe ao meu lado, tudo o que vi nos semblantes das pessoas sem uniforme oi
medo. Encontrei alguns rostos conhecidos parados em lente a uma sala que dizia
na porta — Interrogatório. A porta estava fechada, alguns de meus colegas
estavam ali. Uns esperando pelos outros, ninguém falava. Os murmúrios de vozes saíam
de todos os lugares, menos naquele espaço. Esperei a minha vez como todos os
outros.
— Demi Lovato — chamou Lewis
se dirigindo a mim, quando saiu da sala com um garoto pálido. Aparentemente eu
não era a única a ficar com medo daquilo tudo.
— Lewis — eu disse seu nome
com um aceno.
Meu coração queria fugir
pela boca de tanto que batia. No momento que botei meus pés dentro daquela sala
fechada eu quis dar meia-volta, sair correndo e nunca mais olhar para trás. A
sala não era grande nem pequena. As paredes eram de um verde-escuro horrível, a
mesa era retangular e de metal. O espelho duplo era tão grande quanto o quadro
negro das salas de aula de Stanford. Lewis não era o único a estar na sala, um
homem sem uniforme esperava sentado em frente à mesa.
Vários papéis se encontravam
em frente a ele.
— Sente-se, Demi, e fique à
vontade — disse o homem que não era novo nem velho. Usava óculos de grau com
armação preta e pude ver seu nome quando sentei-me em sua frente. Terry Kind —
Psiquiatra. — Sou Terry Kind e irei lhe fazer algumas perguntas. Espero que as
responda com sinceridade — eu apenas esbocei um sim com a cabeça. Lewis havia fechado
a porta e estava encostado à parede espelho. Seus olhos não se despregavam dos
meus e isso deixou pouco à vontade.
— Você conheceu as três
vítimas? — ele fez a primeira pergunta colocando em minha frente as fotos de Joe
e dos outros garotos.
— Conhecia Joe e Gabriel —
respondi apontando para os rostos bonitos e sorridentes.
— Qual era a sua relação com
eles?
— Joe era meu namorado e
apenas me encontrei com Gabriel uma vez.
Terry iria perguntar mais
alguma coisa, mas Lewis foi mais rápido que ele.
— Essa não foi sua resposta
na primeira vez em nos vimos — afirmou Lewis muito sério, trocando o peso do
corpo de lado. Eu já esperava essa pergunta, não queria deixar que percebessem
o quão nervosa eu estava, apesar do meu coração bater tão rápido e de minhas palmas
suavam.
— Começamos a namorar
provavelmente umas semanas antes de ele morrer. Ninguém sabia. Acho não queria
que todo mundo ficasse com pena da namorada do cara morto — respondi, soando o
mais sincera possível.
— E quanto à discussão com o
professor Bradley? Você disse que não sabia nada do assunto — perguntou Lewis,
novamente. Ele estava sério, como qualquer policial estaria, mas não estava com
aquela voz ameaçadora. Apenas queria saber o porquê das minhas mentiras. Senti que
ele não me considerava culpada e isso me deixou mais calma. Ainda mais quando Joe
finalmente apareceu, atravessando a porta como qualquer fantasma faria e ficou
perto de Lewis.
— Eu não tinha nada a ver
com aquele assunto. Queria que Brian resolvesse tudo, mas vi o quanto covarde
ele era quando não disse nada.
— E por que omitiu essas
informações? Está omitindo alguma coisa agora?
Fiquei um pouco brava com a
pergunta, mas até que eu havia merecido essas perguntas.
— Eu havia visto meu namorado
morto na mesa do necrotério em meu primeiro dia de trabalho. Então me desculpe
por ter ficado tão abalada com o assunto e não conseguir pensar direito nas
respostas que você queria ouvir respondi com dureza. — E não, eu não estou
ocultando nada. Estou respondendo às perguntas com sinceridade, como o Terry aqui
me pediu — isso soou convincente. Eu vi nos olhos dos três homens que estavam
presentes naquela sala.
— Notou algo diferente no
comportamento de Joe antes de ele morrer?
— perguntou Terry.
— Ele apenas estava muito
irritado com Brian, por ter feito o que fez. Joe confiava nele. Ele passou
semanas aperfeiçoando aquele trabalho sobre DNA, poderia ate virar um livro, de
tão perfeito que Joe o fez. Então quando Joe descobriu o que Brian havia feito
decidiu ir conversar com ele. Pedir para Brian falar a verdade para professor Bradley.
Ele foi e nunca voltou.
— E quanto a Gabriel?
— Eu o vi apenas uma vez.
Ele estava feliz porque iria visitar a família.
— Onde você estava no dia do
assassinato de Joe? Em 22 de setembro, por volta das 3 ou 4 horas da madrugada?
— agora era o momento dos álibis. Essa seria fácil. Joe finalmente saiu de
perto de Lewis e foi para perto de Terry que folhava os papéis à procura dos horários
da morte. Pude ver que Danny lia o que podia sobre os acontecimentos sobre tudo
o mais que conseguia ler.
— Em minha cama.
— Alguém pode confirmar
isso?
— Minha colega de quarto, Vanessa.
— Em 29 de outubro, por
volta das 19 horas?
— É bem no horário de meu
trabalho, eu nunca faltei. Troy, meu chefe, pode confirmar isso.
— Em 10 de novembro, por
volta das 3 horas da madrugada?
— Dormindo. Eu não sou uma
garota festeira.
— Tudo bem. Acho que terminamos
por aqui — disse por fim Terry. Meu coração, que havia antes se acalmado, começou
a bater mais rápido. Dei-me conta de que não queria que aquilo acabasse. Queria
pelo menos saber de alguma informação a mais.
— Vocês sabem de algo concreto?
Mais alguma informação? — perguntei quando levantei. Lewis foi até mim e me
respondeu.
— Quando soubermos de alguma
coisa, Srta. Lovato, entraremos em contato.
— Mas eu quero saber quem
fez isso com meu Joe — disse eu, à beira das lágrimas. Isso saiu tão
naturalmente que até eu fiquei impressionada. Mas, na verdade, crua verdade. Joe
e os outros dois presentes na sala ficaram quietos olhando-me com um olhar de
tristeza.
— Estamos fazendo o
possível, Demi. Não descansaremos até esse cara estar atrás das grades — anunciou
Lewis colocando a mão em meu ombro e o apertou. Eu assenti e ele me guiou até a
porta, abrindo-a.
Vi mais rostos assustados
quando saí da sala de investigação. Apesar de estar tristonha, quase à beira
das lágrimas, eu estava calma e aliviada.
— Não é tão ruim — sussurrei
para as três pessoas que esperavam sua vez. Dois sorriram para mim, tornando
suas expressões mais agradáveis. O outro me olhou como se eu fosse maluca.
O sol ainda brilhava
bastante quando coloquei meus pés no lado de fora da delegacia. Com o frio
agravado, o sol estava fazendo milagres. Eu vestia um sobretudo preto, com
calça jeans e uma bota até os joelhos e ainda estava com frio. Era estranho ver
Joe ao meu lado usando em cima uma mera camiseta branca.
— Parabéns, você não é uma
suspeita. Depois que você fez aquele drama todo com a minha morte, Terry
escreveu “inocente — álibi confere” no lado de seu nome.
— Ótimo — disse em voz alta como
se eu estivesse caminhando com uma pessoa real a meu lado. Um cara que passou
por mim olhou-me de cima a baixo e ainda continuou olhando quando passou por
mim. Ele exibia uma expressão não muito agradável, me olhava como se eu fosse uma
doente mental. Talvez eu esteja mesmo louca, quem sabe.
Caminhei com Joe até a parada
de ônibus e esperei. O ônibus chegou cinco minutos depois, e estava quase vazio
quando entramos.
Joe me contava o que ele
havia lido nos papéis de Terry enquanto ele me fazia perguntas.
— Os principais suspeitos
são Brian e Aaron. Aaron não conseguiu responder o que andava fazendo na hora
dos assassinatos. Provavelmente ele estava caindo de bêbado em algum lugar do
campus — ele fez uma pausa. — Seu álibi foi confirmado com Vanessa e Troy. O
policial Lewis deve ter perguntado a eles onde você andava, porque você mentiu
na primeira vez — ele parou e soltou uma gargalhada. Que bom que ele estava se divertindo
à minha custa. — Mas eu não posso acreditar que meus dois melhores amigos são
os principais suspeitos de serem o serial killer. E, pior ainda, suspeitos pelo
meu assassinato — murmurou ele depois de subitamente parar de sorrir. Ele
encarava o chão do ônibus com um olhar triste. Eu nem poderia imaginar o que eu
sentiria se Vanessa ou Ster fossem suspeitos pelo meu assassinato, por exemplo.
Joe estava sofrendo, tudo que consegui fazer naquele momento foi dar um
sorrisinho para ele de leve e ainda sim um carinha lã do fundo do ônibus pensou
que fosse para ele.
Quando desci do ônibus com Joe
flutuando ao meu lado fui diretamente para o necrotério de Stanford, onde Troy
me esperava. Eu já estava dez minutos atrasada. Vanessa não se incomodou, ele
sabia que eu havia estado na delegacia. Ele tinha deixado o trabalho da
recepção para mim, principalmente organizar toda a papelada. Fiz tudo enquanto Joe
ainda falava sem parar no meu ouvido. Eu ouvia certas palavras, mas estava tão
perdidamente afundada em meu trabalho que não consegui prestar muita atenção a
ele. Soltei um bocejo quando Troy veio me oferecer um sanduíche de salada, eu
aceitei. Estava faminta, havia esquecido de comer quase o dia todo.
— Você deve ir embora — disse
Troy enquanto mastigava eu próprio sanduíche.
— O quê?
— É melhor você ir para o
seu alojamento. Você parece muito cansada, e, além do mais, você fez um ótimo
trabalho com toda essa papelada — disse ele. Eu quis negar, dizer que não, que
eu estava ótima, somente com muitos pensamentos em minha cabeça. Mas eu estava mesmo
cansada e queria muito a minha cama.
— Tudo bem — murmurei com um
leve sorriso.
Vesti meu sobretudo que
estava pendurado atrás da porta e segui para a noite. Quando abri a porta
pesada urna rajada fria de vento percorreu meu corpo. Eu tremi. Fechei o casaco
e me abracei. Com o vento, era difícil respirar, meu nariz parecia congelado,
comecei a respirar pela boca.
O silêncio na noite era
profundo. Só ouvia meus próprios passos e os gemidos do vento. Não era muito tarde,
talvez fosse lã pelas 22 horas e nem mesmo uma alma se encontrava pelas
pequenas ruas do campus de Stanford.
— Que sinistro — murmurou Joe,
percebendo, como eu, a noite silenciosa e deserta.
Meus passos não eram apressados,
na verdade eu caminhava na velocidade de uma tartaruga. Eu poderia ter medo
daquela noite parada e gélida, mas tudo o que senti foi paz. Joe apenas me
acompanhava, olhando para todos os lados. Talvez procurando algo. Meus olhos se
fixaram no chão, estava quase prestes a cantar quando Joe parou. Eu ia
perguntar o que estava errado quando ele levou indicador à boca, me pedindo
silêncio.
— Vire-se devagarzinho e
saia correndo — sussurrou e com um tom assustado. Meu coração, que antes se
encontrava pacífico e feliz, agora batia como uma metralhadora.
Queria ver o que havia
assustado tanto Joe, então virei meu rosto para frente. Congelei. Eu poderia me
virar, sair correndo, mas o quanto medrosa eu seria? O serial killer do campus
estava bem à minha frente fazendo outra vítima.
XOXO Neia *-*
Será que o serial killer vai fazer da Demi a próxima vitima??? O Joe irá ajudar?? Ela vai descobrir quem é o misterioso assassino?? Façam as vossas apostas :)
Continuem comentando pff...no cap. anterior foram fraquinhos :(
Kiss <3
OH MEU DEUS! EU MORRI AGR QUEM É? QUEM É? MEU DEUS! NÃO SEI O QUE ESCREVER POR QUE ATE AGR ESTOU BESTA! QUEM FOI O DESGRAÇADO QUE MATOU O POVO TODO?? TIRA FOTO DEMI E DEPOIS SAI CORRENDO!
ResponderEliminarAAAAAAHHHH POSTA MAIS ♥
POSTA MAIS.
ResponderEliminarESSE FILHO DA MÃE TEM QUE PAGAR.SEJA QUEM FOR
AH MEU DEUS!!!
ResponderEliminarEU VOU MORRER
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