quinta-feira, 5 de junho de 2014

O Sussurrar de Uma Garota Apaixonada – Capitulo 11

Sabe aquela sensação de que você está debaixo d’água e tudo o que escuta são vozes distorcidas? Foi assim que eu me senti quando acordei com Vanessa e Joe tentando me acordar para não perder meu primeiro horário de aula. Enquanto Vanessa me sacudia, Joe gritava para me acordar.
— ACORDA, RAIO DE SOL — gritou Joe.
— Parem de gritar, já vou acordar, Deus do céu. — resmunguei enquanto esfregava os olhos.
— Em primeiro lugar, Demi, você já perdeu o primeiro o segundo horário. Tentei te acordar enquanto estava saindo hoje cedo, mas você simplesmente não se mexia. Parecia uma lagartixa morta — disse ela sentando se na minha cama.
— E em segundo e terceiro lugar?... — perguntei ainda de olhos fechados.
— Não tenho a menor ideia, não sei por que diabos comecei com essa contagem — Vanessa respondeu e eu soltei uma gargalhada. Acho que simplesmente fiquei feliz por ela não ter comentado o meu “Parem de gritar”, já que ela não estava gritando e que havia apenas eu e ela dentro do quarto.
— Como vão as coisas entre você e Aaron? — decidi que se ela falasse sobre a própria vida, ela esqueceria as perguntas que ela queria me fazer. Como, por exemplo, como eu sabia que Brian havia roubado o trabalho de Joe, que Joe e eu supostamente estávamos namorando e não sabia de nada.
— Estão ótimas, Demizinha, estamos transando feito loucos, mas o que eu quero saber é por que você não me contou que você e Joe mortinho da silva estavam namorando? — ah, eu sabia que esse assunto iria se arrastar rapidamente pelo campus inteiro eventualmente.
— Aconteceu, Vanessa, e quando eu me dei conta ele estava morto e ninguém mais sabia que estávamos juntos — respondi tão naturalmente que até parecia verdade. Minha cama estava tão confortável eu não queria sair dali nunca mais.
— Bom, pelo menos, agora, eu e Ster sabemos por que, você ficou naquele modo zumbi estranho por tanto tempo. Você estava com saudades dele, não é? — perguntou ela com um tom de tristeza. Pelo menos algo de bom veio de toda a falação, eu não podia simplesmente dizer que estava tão deprimida porque um fantasma não queria mais me ver. Acho que o luto me faria parecer uma pessoa mais sã.
— Você me descobriu — respondi com um sorriso sem graça como se ela tivesse me pego no flagra.
— Você poderia ter me dito, eu poderia ter te ajudado — ela disse de uma maneira que me fez sentir vergonha, como se eu não fosse uma boa amiga. Mas eu estava justamente ocultando Joe-fantasma dela por querer protege-Ia.
— Desculpe-me, Vanessa, eu deveria mesmo ter te contado, mas naquele momento achei que poderia resolver as coisas sozinha.
— Hum... eu te perdoo. Mas só se você levantar sua bunda magrela dessa cama, for tomar banho e almoçar comigo e com Ster. Vamos te esperar no refeitório — ela deu um tapa em minha bunda e saiu porta afora, sorrindo. Joe estava parado em frente à minha escrivaninha e seguiu-a com o olhar.
— Você teve sorte de dividir o quarto com Vanessa, ela é uma boa garota — ele disse.
— Também acho, ela é minha melhor amiga — murmurei sorrindo para ele. Eu estava prestes a entrar no banheiro quando perguntei — Você acha que eu devo contar a ela?
— Sobre mim? — ele perguntou e eu fiz que sim com a cabeça. — Eu não me importaria se você contasse — eu dei um meio sorriso para Joe e entrei no banheiro.
Eu poderia dizer que eu era uma das garotas populares da Universidade, porque as pessoas sempre cochichavam quando eu passava, apontavam ou olhavam feio para mim. Eu já estava acostumada com aquilo, por assim dizer, mas os amigos de Brian estavam mesmo irritados comigo. Mas eu estava feliz por saber que Brian não havia espalhado para todos sobre os meus supostos poderes.
— Não ligue para eles, Demi. Você fez a coisa certa ontem, em relação ao Brian — Vanessa concordou comigo quando me sentei à mesa do refeitório com ela e Ster. Os cochichos sobre mim poderiam ter acabado quando eu sentei, mas os olhares dos amigos de Brian eram penetrantes. Até Joe se incomodou com aquilo e começou encará-los de volta, como se eles pudessem vê-lo.
— Sinto muito pelo Joe, Demi. Eu não teria agido como um completo idiota se soubesse que vocês dois estavam juntos — se desculpou Ster. Aquele gesto me fez gostar ainda mais de sua companhia e amizade.
Eu sorri para ele e lhe dei uma palmada de leve nas costas para mostrar que eu compreendia e o desculpava.
— Vocês não vão acreditar... — começou Aaron depositando sua bandeja em nossa mesa e se sentando ao lado de Vanessa. - A pele sob as unhas de Joe. Adivinhem de quem era? — Nós o encaramos, todos, inclusive Joe. — Era do Brian. O resultado de DNA demorou pra sair, mas ontem quando o policial Lewis veio pra questioná-lo, ele encontrou Brian no meio do escândalo na sala dos professores feito por você, Demi — disse ele apontando para mim. — Brian está lá na delegacia desde ontem quando o pegaram alegando que é inocente.., que Joe e ele apenas tiveram uma briga antes de Joe morrer — houve silêncio, e Aaron começou a devorar seu almoço. Joe não tinha me dito nada sobre qualquer briga, e eu achei isso estranho. Quando olhei para ele, sabia que ele pensava a mesma coisa.
— Vocês acham que Brian poderia mesmo ser o assas sino? — perguntei, incrédula. Os fatos poderiam levar até ele, mas eu mesma tinha conversado com ele quando Joe estava desaparecido e ele parecia mesmo preocupado. Mas seria pelo fato de ele tê-lo matado ou pelo fato de que Brian se importava mesmo com o amigo?
— Eu sou amigo de Brian, o cara pode ser  hardcore , mas eu não acho que ele é um serial killer — respondeu-me Aaron enquanto comia.
— Como assim  hardcore? — perguntou Ster, agora interessado.
— Sabe, ele é daqueles caras da pesada. Que gostam de festas e brigas de vez em quando, fazem de tudo para se dar bem nas provas e trabalhos. Essas coisas... — respondeu Aaron com a boca cheia de batatas fritas. Ster, eu e Vanessa nos entreolhamos. Será que o serial killer estava mais próximo do que a gente jamais poderia imaginar?
Enquanto policiais rondavam pelos corredores, Joe e eu caminhávamos até minha próxima aula, que seria de Microbiologia. A sala, por alguma razão, estava mais vazia que o normal. Aparentemente eu não era a única a querer ficar na cama até tarde. Mas o problema não era esse, muitos calouros decidiram que ficariam seguros em suas próprias casas, e com isso começou a haver mais faltas, e as aulas virtuais, pela internet, começaram a ser mais frequentes. Ou seja, enquanto eu estava ali na sala de aula escutando o professor, meus colegas estavam em suas camas ou sofás escutando e vendo o professor em suas casas. Os trabalhos podiam ser enviados por correio e as provas foram adiada por tempo indeterminado.
— Você realmente acha que Brian pode ser meu assassino? — perguntou Joe no meio da sala de aula enquanto estava sentado ao meu lado parecendo ser qualquer outro aluno.
Eu não sei, poderia ser?
Poderia parecer estranho, mas enquanto o professor ministrava sua aula eu conversava com Joe. Ele me perguntava normalmente e eu escrevia a resposta em meu caderno, que estava aberto. Não havia muitas pessoas perto de mim para perceberem que eu não escrevia a matéria do quadro ou o que o professor dizia.
— Eu pensei que ele fosse meu amigo, mas aí ele roubou meu trabalho e me fez parecer o cara mais idiota do mundo. Então eu não sei o que pensar. Ainda mais quando ele diz que brigamos, e eu não me lembro nada disso.
Você vai se lembrar, não se preocupe!
— Espero que sim... Há tantas coisas de que eu não me lembro. Seria muito mais fácil se eu me lembrasse de meu assassinato, não é? — perguntou ele entre sorrisinhos nervosos.
Acho que você lembrará quando for o momento certo :)
— Você provavelmente tem razão.
É claro que tenho razão. Sempre tenho razão. Hahaha
— Sabichona — ele disse, e eu dei um sorriso de leve. Não poderia simplesmente cair na gargalhada no meio da sala aula quando o professor falava sobre determinados tipos de bactérias. Eu iria parecer uma louca que tinha acabado de sair de um manicômio.
Sabe quando você está botando e tirando coisas em seu  pen drive? E sem querer seus dedos bêbados excluem seu trabalho mais importante do semestre? É, foi isso o que aconteceu comigo. Consideramos o pen drive uma salvação para muitas pessoas, mas, quando excluímos algo dele, não tem volta. Gosto de pensar que estamos em uma época boa em tecnologia, mas por que eles não podiam introduzir, sei lá, uma lixeira onde pudéssemos rever os arquivos excluídos, como em qualquer computador normal?
Minha entrevista com Lewis era dali a pouco tempo e já estava pirando. Fiquei encarando a tela do computador com o queixo caído por quase meia hora, não acreditando que algo assim algum dia pudesse acontecer comigo. Sou cuidadosa para essas coisas, ou pelo menos eu me considerava cuidadosa antes daquilo. Quando me dei conta do que tinha feito me deu uma intensa vontade de chorar e de quebrar tudo à minha volta, incluindo o computador e o drive. Bati os punhos na mesa com toda a força que eu tinha, de olhos fechados, mas isso não fez com que eu me sentisse melhor, apenas acrescentou mais uma dor no meu dia.
— O que houve? — perguntou Joe quando me sentada toda irritada em frente ao computador que se encontrava na escrivaninha.
— Perdi todo o meu trabalho de Anatomia. Desci murmurei quase à beira das lágrimas.
— E daí? Faz de novo — disse ele, como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Isso me deixou com muita raiva.
— Você não entende. Eu fiquei dias escrevendo o trabalho, mais de duzentas páginas perfeitas no lixo. E como se isso não fosse suficiente, a entrega é para três dias. TRÊS DIAS, JOE! — gritei no final. Estava tão agitada que não consegui ficar mais naquela cadeira por muito mais tempo. Fiquei zanzando para lá e para enquanto Joe me observava sentado na cama. Seus olhos me acompanhando, ele nem se incomodou pela maneira que eu gritei com ele.
— Você se lembra das coisas que escreveu? — perguntou Joe depois de alguns minutos de silêncio. Acho que ele esperou um pouco para minha raiva sair do meu corpo.
— É claro que eu me lembro, fui eu quem escreveu. Mas não me lembro de tudo, não sou uma máquina, droga!
— Você acha que isso nunca aconteceu comigo? Na verdade isso acontece com todo mundo... Ficamos zangados, queremos quebrar tudo e gritar. Mas sabe o que fazemos depois? — perguntou ele com uma voz sensível amigável. Eu balancei a cabeça com um não. — Começamos a escrever novamente — disse Joe com um sorriso leve, e então ele levantou-se e foi até mim. — Escrevemos o que lembramos, acho que são as coisas mais importantes. Escrevemos coisas novas, melhoramos o que estava com nossa cabeça e no final tudo ficará bem. Afinal de contas, a professora Olivia adora você, tenho certeza de que se lhe disser o que aconteceu, ela vai entender e lhe dará mais alguns dias para finalizar o trabalho.
Joe entrou em minha cabeça. É claro que ele estava em meus pensamentos desde a primeira vez que o vi, mas não é isso o que eu estou dizendo. Quero dizer que suas palavras sobre o assunto me fizeram compreender. O que eu tinha feito estava feito, não posso voltar atrás, então tudo o que eu pedia fazer era respirar fundo, seguir em frente e deixar as coisas fluírem. Afinal, a vida nem sempre é lá uma maravilha.
— Você está certo — murmurei depois de respirar fundo, e olhei para os olhos claros em minha frente.
— Claro que estou certo. Sempre estou certo — ele disse, e eu caí na gargalhada. Eu havia dito algo parecido havia alguns minutos. Não acredito que ele lembrava das coisas que eu falava. Quero dizer, é muito raro os homens se lembrarem do que nó mulheres dizemos, não é? Pelo menos, é o que todo mundo fala, inclusive os homens.
— Temos que ir para delegacia — interrompeu Joe as nossas risadas.
— Você vai mesmo querer ir?
— É claro. Nunca iria perder um interrogatório de meu próprio assassinato — ele sorriu. A maneira que ele disse isso foi quase como se já tivesse aceitado a morte. Sem nenhuma tristeza. Acho que Joe era como meu trabalho excluído... sem volta.
Dava uns vinte minutos de ônibus até a delegacia e isso me deu tempo para pensar. Não tinha parado para imaginar antes como tudo aquilo que estava por vir poderia se tornar difícil. Quero dizer, Lewis estava na sala quando eu pedi para Brian dizer a verdade sobre o trabalho de Joe. Então isso provava que eu estava mentindo na primeira vez em que o vira, e que eu não sabia qual era o motivo da discussão entre Joe e o professor Bradley. E o fato de Joe ser meu namorado. Eu tinha dito a Lewis que ele era apenas meu amigo. O que ele iria pensar de mim agora? Que sou uma grande mentirosa que tem algo a ver com a morte do namorado? Tudo o que Lewis me perguntou naquele dia e eu respondi eram verdade, mas, com o passar do tempo, tornou-se mentira.
Eu quero falar a verdade, quero ajudar na investigação. Tudo que Lewis e o resto da equipe querem é pegar o serial killer com as nossas verdades. E eu não podia fazer isso. Claro que iria responder às perguntas com toda a minha sinceridade, mas teria que omitir várias partes para que eles não desconfiassem de mim. Policiais sabem quando alguém está escondendo algo, e se eles pensarem que esse algo tem a ver com a minha participação nos crimes? Isso eu não poderia suportar, Joe precisava de mim para encarar o mundo e o seu assassino. Eu teria que soar o mais convincente possível. Teria que fazer as minhas mentiras parecerem verdades.
Quando entrei na delegacia com Joe ao meu lado, tudo o que vi nos semblantes das pessoas sem uniforme oi medo. Encontrei alguns rostos conhecidos parados em lente a uma sala que dizia na porta — Interrogatório. A porta estava fechada, alguns de meus colegas estavam ali. Uns esperando pelos outros, ninguém falava. Os murmúrios de vozes saíam de todos os lugares, menos naquele espaço. Esperei a minha vez como todos os outros.
— Demi Lovato — chamou Lewis se dirigindo a mim, quando saiu da sala com um garoto pálido. Aparentemente eu não era a única a ficar com medo daquilo tudo.
— Lewis — eu disse seu nome com um aceno.
Meu coração queria fugir pela boca de tanto que batia. No momento que botei meus pés dentro daquela sala fechada eu quis dar meia-volta, sair correndo e nunca mais olhar para trás. A sala não era grande nem pequena. As paredes eram de um verde-escuro horrível, a mesa era retangular e de metal. O espelho duplo era tão grande quanto o quadro negro das salas de aula de Stanford. Lewis não era o único a estar na sala, um homem sem uniforme esperava sentado em frente à mesa.
Vários papéis se encontravam em frente a ele.
— Sente-se, Demi, e fique à vontade — disse o homem que não era novo nem velho. Usava óculos de grau com armação preta e pude ver seu nome quando sentei-me em sua frente. Terry Kind — Psiquiatra. — Sou Terry Kind e irei lhe fazer algumas perguntas. Espero que as responda com sinceridade — eu apenas esbocei um sim com a cabeça. Lewis havia fechado a porta e estava encostado à parede espelho. Seus olhos não se despregavam dos meus e isso deixou pouco à vontade.
— Você conheceu as três vítimas? — ele fez a primeira pergunta colocando em minha frente as fotos de Joe e dos outros garotos.
— Conhecia Joe e Gabriel — respondi apontando para os rostos bonitos e sorridentes.
— Qual era a sua relação com eles?
— Joe era meu namorado e apenas me encontrei com Gabriel uma vez.
Terry iria perguntar mais alguma coisa, mas Lewis foi mais rápido que ele.
— Essa não foi sua resposta na primeira vez em nos vimos — afirmou Lewis muito sério, trocando o peso do corpo de lado. Eu já esperava essa pergunta, não queria deixar que percebessem o quão nervosa eu estava, apesar do meu coração bater tão rápido e de minhas palmas suavam.
— Começamos a namorar provavelmente umas semanas antes de ele morrer. Ninguém sabia. Acho não queria que todo mundo ficasse com pena da namorada do cara morto — respondi, soando o mais sincera possível.
— E quanto à discussão com o professor Bradley? Você disse que não sabia nada do assunto — perguntou Lewis, novamente. Ele estava sério, como qualquer policial estaria, mas não estava com aquela voz ameaçadora. Apenas queria saber o porquê das minhas mentiras. Senti que ele não me considerava culpada e isso me deixou mais calma. Ainda mais quando Joe finalmente apareceu, atravessando a porta como qualquer fantasma faria e ficou perto de Lewis.
— Eu não tinha nada a ver com aquele assunto. Queria que Brian resolvesse tudo, mas vi o quanto covarde ele era quando não disse nada.
— E por que omitiu essas informações? Está omitindo alguma coisa agora?
Fiquei um pouco brava com a pergunta, mas até que eu havia merecido essas perguntas.
— Eu havia visto meu namorado morto na mesa do necrotério em meu primeiro dia de trabalho. Então me desculpe por ter ficado tão abalada com o assunto e não conseguir pensar direito nas respostas que você queria ouvir respondi com dureza. — E não, eu não estou ocultando nada. Estou respondendo às perguntas com sinceridade, como o Terry aqui me pediu — isso soou convincente. Eu vi nos olhos dos três homens que estavam presentes naquela sala.
— Notou algo diferente no comportamento de Joe  antes de ele morrer? — perguntou Terry.
— Ele apenas estava muito irritado com Brian, por ter feito o que fez. Joe confiava nele. Ele passou semanas aperfeiçoando aquele trabalho sobre DNA, poderia ate virar um livro, de tão perfeito que Joe o fez. Então quando Joe descobriu o que Brian havia feito decidiu ir conversar com ele. Pedir para Brian falar a verdade para professor Bradley. Ele foi e nunca voltou.
— E quanto a Gabriel?
— Eu o vi apenas uma vez. Ele estava feliz porque iria visitar a família.
— Onde você estava no dia do assassinato de Joe? Em 22 de setembro, por volta das 3 ou 4 horas da madrugada? — agora era o momento dos álibis. Essa seria fácil. Joe finalmente saiu de perto de Lewis e foi para perto de Terry que folhava os papéis à procura dos horários da morte. Pude ver que Danny lia o que podia sobre os acontecimentos sobre tudo o mais que conseguia ler.
— Em minha cama.
— Alguém pode confirmar isso?
— Minha colega de quarto, Vanessa.
— Em 29 de outubro, por volta das 19 horas?
— É bem no horário de meu trabalho, eu nunca faltei. Troy, meu chefe, pode confirmar isso.
— Em 10 de novembro, por volta das 3 horas da madrugada?
— Dormindo. Eu não sou uma garota festeira.
— Tudo bem. Acho que terminamos por aqui — disse por fim Terry. Meu coração, que havia antes se acalmado, começou a bater mais rápido. Dei-me conta de que não queria que aquilo acabasse. Queria pelo menos saber de alguma informação a mais.
— Vocês sabem de algo concreto? Mais alguma informação? — perguntei quando levantei. Lewis foi até mim e me respondeu.
— Quando soubermos de alguma coisa, Srta. Lovato, entraremos em contato.
— Mas eu quero saber quem fez isso com meu Joe — disse eu, à beira das lágrimas. Isso saiu tão naturalmente que até eu fiquei impressionada. Mas, na verdade, crua verdade. Joe e os outros dois presentes na sala ficaram quietos olhando-me com um olhar de tristeza.
— Estamos fazendo o possível, Demi. Não descansaremos até esse cara estar atrás das grades — anunciou Lewis colocando a mão em meu ombro e o apertou. Eu assenti e ele me guiou até a porta, abrindo-a.
Vi mais rostos assustados quando saí da sala de investigação. Apesar de estar tristonha, quase à beira das lágrimas, eu estava calma e aliviada.
— Não é tão ruim — sussurrei para as três pessoas que esperavam sua vez. Dois sorriram para mim, tornando suas expressões mais agradáveis. O outro me olhou como se eu fosse maluca.
O sol ainda brilhava bastante quando coloquei meus pés no lado de fora da delegacia. Com o frio agravado, o sol estava fazendo milagres. Eu vestia um sobretudo preto, com calça jeans e uma bota até os joelhos e ainda estava com frio. Era estranho ver Joe ao meu lado usando em cima uma mera camiseta branca.
— Parabéns, você não é uma suspeita. Depois que você fez aquele drama todo com a minha morte, Terry escreveu “inocente — álibi confere” no lado de seu nome.
— Ótimo — disse em voz alta como se eu estivesse caminhando com uma pessoa real a meu lado. Um cara que passou por mim olhou-me de cima a baixo e ainda continuou olhando quando passou por mim. Ele exibia uma expressão não muito agradável, me olhava como se eu fosse uma doente mental. Talvez eu esteja mesmo louca, quem sabe.
Caminhei com Joe até a parada de ônibus e esperei. O ônibus chegou cinco minutos depois, e estava quase vazio quando entramos.
Joe me contava o que ele havia lido nos papéis de Terry enquanto ele me fazia perguntas.
— Os principais suspeitos são Brian e Aaron. Aaron não conseguiu responder o que andava fazendo na hora dos assassinatos. Provavelmente ele estava caindo de bêbado em algum lugar do campus — ele fez uma pausa. — Seu álibi foi confirmado com Vanessa e Troy. O policial Lewis deve ter perguntado a eles onde você andava, porque você mentiu na primeira vez — ele parou e soltou uma gargalhada. Que bom que ele estava se divertindo à minha custa. — Mas eu não posso acreditar que meus dois melhores amigos são os principais suspeitos de serem o serial killer. E, pior ainda, suspeitos pelo meu assassinato — murmurou ele depois de subitamente parar de sorrir. Ele encarava o chão do ônibus com um olhar triste. Eu nem poderia imaginar o que eu sentiria se Vanessa ou Ster fossem suspeitos pelo meu assassinato, por exemplo. Joe estava sofrendo, tudo que consegui fazer naquele momento foi dar um sorrisinho para ele de leve e ainda sim um carinha lã do fundo do ônibus pensou que fosse para ele.
Quando desci do ônibus com Joe flutuando ao meu lado fui diretamente para o necrotério de Stanford, onde Troy me esperava. Eu já estava dez minutos atrasada. Vanessa não se incomodou, ele sabia que eu havia estado na delegacia. Ele tinha deixado o trabalho da recepção para mim, principalmente organizar toda a papelada. Fiz tudo enquanto Joe ainda falava sem parar no meu ouvido. Eu ouvia certas palavras, mas estava tão perdidamente afundada em meu trabalho que não consegui prestar muita atenção a ele. Soltei um bocejo quando Troy veio me oferecer um sanduíche de salada, eu aceitei. Estava faminta, havia esquecido de comer quase o dia todo.
— Você deve ir embora — disse Troy enquanto mastigava eu próprio sanduíche.
— O quê?
— É melhor você ir para o seu alojamento. Você parece muito cansada, e, além do mais, você fez um ótimo trabalho com toda essa papelada — disse ele. Eu quis negar, dizer que não, que eu estava ótima, somente com muitos pensamentos em minha cabeça. Mas eu estava mesmo cansada e queria muito a minha cama.
— Tudo bem — murmurei com um leve sorriso.
Vesti meu sobretudo que estava pendurado atrás da porta e segui para a noite. Quando abri a porta pesada urna rajada fria de vento percorreu meu corpo. Eu tremi. Fechei o casaco e me abracei. Com o vento, era difícil respirar, meu nariz parecia congelado, comecei a respirar pela boca.
O silêncio na noite era profundo. Só ouvia meus próprios passos e os gemidos do vento. Não era muito tarde, talvez fosse lã pelas 22 horas e nem mesmo uma alma se encontrava pelas pequenas ruas do campus de Stanford.
— Que sinistro — murmurou Joe, percebendo, como eu, a noite silenciosa e deserta.
Meus passos não eram apressados, na verdade eu caminhava na velocidade de uma tartaruga. Eu poderia ter medo daquela noite parada e gélida, mas tudo o que senti foi paz. Joe apenas me acompanhava, olhando para todos os lados. Talvez procurando algo. Meus olhos se fixaram no chão, estava quase prestes a cantar quando Joe parou. Eu ia perguntar o que estava errado quando ele levou indicador à boca, me pedindo silêncio.
— Vire-se devagarzinho e saia correndo — sussurrou e com um tom assustado. Meu coração, que antes se encontrava pacífico e feliz, agora batia como uma metralhadora.
Queria ver o que havia assustado tanto Joe, então virei meu rosto para frente. Congelei. Eu poderia me virar, sair correndo, mas o quanto medrosa eu seria? O serial killer do campus estava bem à minha frente fazendo outra vítima.








XOXO Neia *-*
Será que o serial killer vai fazer da Demi a próxima vitima??? O Joe irá ajudar?? Ela vai descobrir quem  é o misterioso assassino?? Façam as vossas apostas :)
Continuem comentando pff...no cap. anterior foram fraquinhos :(
Kiss <3 



10 comentários:

  1. OH MEU DEUS! EU MORRI AGR QUEM É? QUEM É? MEU DEUS! NÃO SEI O QUE ESCREVER POR QUE ATE AGR ESTOU BESTA! QUEM FOI O DESGRAÇADO QUE MATOU O POVO TODO?? TIRA FOTO DEMI E DEPOIS SAI CORRENDO!
    AAAAAAHHHH POSTA MAIS ♥

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  2. POSTA MAIS.
    ESSE FILHO DA MÃE TEM QUE PAGAR.SEJA QUEM FOR

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  3. AH MEU DEUS!!!
    EU VOU MORRER
    POSTA MAIS

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