Joe
Eu estacionei meu carro e me perguntei onde o carro de Becca tinha ido. Ela tinha levado Madison em algum lugar? Eu não gostava da ideia de Becca dirigindo com Madison por aí naquela armadilha dela. Peguei minha caixa de ferramentas da caminhonete e guardei-a na garagem, antes de ir para dentro.
Fui recebido por sons de risos vindo do quarto de Madison. Então Madison estava aqui, mas o que dizer de Becca? Parei na pia da cozinha para lavar a sujeira das minhas mãos e então fui ao fundo do corredor para descobrir o que estava acontecendo.
A visão que me recebeu não era o que eu estava esperando. Madison estava deitada em uma bola de exercício grande e Demi estava ajoelhada ao lado dela, ajudando-a a rolar através da bola. Eu assisti com um fascínio atordoado por um segundo tentando entender o que ela estava fazendo aqui e para onde diabos Becca tinha ido.
— Joey! — Madison gritou, avistando-me à porta. Ela levantou-se da bola com as pernas trêmulas, cruzando os poucos passos sem seu andador e se jogando nos meus braços.
— Oi boneca. — Eu puxei o seu corpo para mim em um breve abraço. — O que vocês estão fazendo? — Eu queria perguntar a Demi que porra ela estava fazendo na minha casa, mas o sorriso no rosto de Madison me acalmou.
— Dê está me ensinando alguns novos exercícios para as pernas! — Ela voltou para a bola e rolou animadamente enquanto Demi sorria e a segurava de forma estável. As bochechas de Madison estavam vermelhas e eu tive que admitir que nunca tinha visto ela estar animada por fazer seus alongamentos. Eu só esperava que ela não estivesse exagerando no exercício.
— Isso é... bom. Hum, Demi, eu posso ter uma palavra com você na sala? — Eu me virei para a sala de estar, sem esperar pela sua resposta.
— Fique aqui enquanto eu falo com Joe, ok? — Eu a ouvi dizer a Madison. Ela me seguiu até a sala de estar, com preocupação estampada em seu rosto.
— O que você está fazendo aqui? Onde está Becca?
— Eu vim para ver Madison e Becca saiu.
— Ela saiu? A pessoa que eu estou pagando para tomar conta dela só saiu e a deixou com... você. O que você está fazendo aqui?
— Realmente não é um grande negócio.
— É um maldito grande negócio para mim. — Eu me virei e olhei para a janela, não querendo perder a paciência com ela. Porra, eu confiava em Becca.
Como poderia ela deixar Madison sozinha com uma estranha?
— Hey. — Demi colocou a mão em meu antebraço e chamou minha atenção. — Eu disse a ela que era uma amiga sua, e uma enfermeira. Eu acho que ela assumiu...
— Que você era a enfermeira de Madison?
— Algo parecido como isso. — Ela deu de ombros e tirou a mão do meu braço.
Eu soltei um suspiro e pressionei as palmas de minhas mãos sobre meus olhos. Foda-se, eu estava exausto e sujo do trabalho de construção durante todo o dia. Não esperara chegar em casa para isso.
— Sinto muito, eu queria ajudar, — Demi disse com uma voz suave. — Becca saiu apenas cinco minutos antes de você chegar aqui. E ela tentou chamar seu celular, mas estava desligado.
Abri os olhos e encontrei os dela. Castanho suave e amplos com preocupação.
Merda. Eu estava sendo um idiota.
— Olha, está tudo bem. Madison está segura e feliz. Eu não devia ter explodido com você. Encontrar uma boa ajuda para tomar conta dela é difícil, e eu não acho que vou usar Becca novamente, mas isso não é culpa sua.
— Não a demita por minha causa. Foi apenas um mal-entendido. — ela implorou.
— Eu vou pensar sobre isso. Pelo menos vamos ter uma pequena conversa sobre segurança e estranhos a porta. — Eu suspirei, não querendo discutir isso com Demi. — Obrigado por trabalhar com ela hoje.
Ela puxou uma respiração e seus ombros visivelmente caíram com alívio.
— De nada.
— Não posso pagar uma enfermeira particular.
— Não é por isso que eu vim. Você não me deve nada.
Eu inclinei minha cabeça, estudando-a. — Então por que você veio? — Eu honestamente não esperava vê-la novamente, e agora ela estava aqui, na minha casa, parecendo sexy num par de calça jeans de cintura baixa e uma blusa justa que se agarrava ao seu peito.
Demi não teve a oportunidade de responder a minha pergunta, porque naquele momento, Madison veio correndo do corredor, seu andador batendo contra o chão de madeira.
— Eu quero a Dê!
Demi encontrou meus olhos e ambos sorrimos. O entusiasmo de Madison era contagiante.
— Você se importa de ficar com ela por mais alguns minutos? Preciso dar um pulo no chuveiro. — Eu olhei para as minhas calças jeans e camiseta sujas.
— Claro, não tem nenhum problema.
Eu beijei o topo da cabeça de Madison.
— Seja boazinha, ok?
Ela assentiu com a cabeça e se lançou para mim, envolvendo-se em torno de minha perna em um abraço. Eu estremeci, e inclinei-me, movendo-a para fora do caminho de minhas bolas. Demi segurou uma risada, percebendo o que eu estava fazendo. Então, ela voltou para seu quarto com Demi. Eu desapareci no banheiro, completamente confuso com o rumo dos acontecimentos.
Demi estava na minha casa, derretendo meu maldito coração por quão doce era com Madison.
Eu podia ouvir sons alegres de conversa e risos, e coloquei a minha cabeça para fora da porta do banheiro para ouvir.
— O que o seu irmão gosta de comer no jantar? — Demi perguntou.
Madison tomou seu tempo respondendo, e eu prendi a respiração, imaginando o que ela iria dizer.
— Hum, geralmente ele gosta de tomar sorvete. E eu também.
— Você também, hein? — Demi riu. — Bem, vamos encontrar algo saudável para fazer e talvez possamos ter sorvete depois do jantar.
Eu tomei meu tempo no chuveiro, minha mente momentaneamente relaxada por Madison estar em boas mãos. Deixei o spray bruto de água bater em mim e fechei os olhos.
Depois do meu chuveiro, eu me joguei num jeans e uma camisa e fiz meu caminho para a cozinha que estava preenchida com cheiros incríveis. Alho. Tomate. Carne assada. Minha boca encheu de água. Tinha sido um longo tempo desde que alguém tinha cozinhado para mim.
Demi estava limpando o balcão da cozinha, e de repente eu me senti fora de lugar em minha própria casa. Eu não sabia se devia entrar e ajudá-la, ou ver o que Madison estava fazendo.
Demi me viu, e tomou a decisão. — O jantar está pronto. Você pega a Madison?
Eu assenti e encontrei Madison na sala de estar, jogando com a bola de antes.
— Vamos pequenina, vamos comer. — Eu a levantei em meu quadril, e levei- a até a cozinha.
A mesa tinha um grande prato de espaguete e almôndegas, um pequeno copo de leite para Madison e um copo de água gelada para mim.
Madison olhou com espanto para as esteirinhas individuais, guardanapos e pratos para dois. Seu estômago roncou alto e ela bateu com a mão sobre a boca e riu.
Os olhos de Demi pegaram os meus e nós dois rimos.
— Está com fome, pequena? — eu perguntei, colocando-a em sua cadeira.
— Yep. E adivinha o que?
— O quê? — Eu coloquei um guardanapo sobre seu colo.
— Eu ajudei Dê a rolar as almôndegas.
— Ah, é? Aposto que vão estar extra saborosas, então.
Ela se deleitou com o elogio. Eram momentos como este, testemunhando sua doce inocência e desejo de pertencer, de se ajustar, que abrandavam meu coração e que faziam cada hora de trabalho duro valer a pena.
Demi recolheu sua bolsa no balcão. — Eu me diverti com você hoje, Madison.
— Você não vai ficar? — Eu perguntei.
— Oh, não. — Ela olhou para baixo, ajustando a alça de sua bolsa. — Vocês desfrutem o jantar.
— Mas você não jantou ainda, não é?
Ela balançou a cabeça.
Levantei-me e a dirigi para a mesa. — Sente-se. — Eu coloquei uma cadeira ao lado da minha, então peguei uma esteirinha e talheres extras na cozinha, colocando- os na frente dela. — Aqui.— Peguei um monte de espaguete para Madison primeiro, e depois algum para Demi.
— Ah, isso é demais. — Demi apontou para o prato cheio.
— O meu tem muito, também — disse Madison, sorrindo para Demi.
— Silêncio. Vocês duas estão muito magras. Comam.
Sentei-me e cavei o meu próprio prato, observando o sorriso satisfeito nos lábios de Demi.
Desfrutámos do delicioso macarrão e almôndegas em relativo silêncio. Pela primeira vez eu não tive que convencar Madison a parar de brincar com a comida e comer. Ela engoliu o alimento avidamente e logo ficou com seu queixo e rosto cheios de molho de tomate. Não pude evitar ir olhando para Demi durante a refeição, e lembrei-me de que ela não havia respondido minha pergunta anterior. Gostaria de saber o que, exatamente, ela tinha vindo fazer aqui.
— Você vai precisar de um banho de mangueira depois não é, Mad. — Eu ri.
Ela chupou o macarrão pendurado entre os lábios e sorriu.
— De jeito nenhum! Eu quero que a Demi me dê meu banho hoje à noite.
Um sorriso apareceu na boca de Demi.
— Hoje não boneca. É muito tarde.
Madison fez beicinho, mas não insistiu. Demi trocou olhares comigo sobre a mesa, e eu poderia dizer que ela não se importaria de ajudar, mas de jeito nenhum eu ia fazer isso com ela. Ela já tinha feito demais.
Uma vez que estávamos satisfeitos com o jantar e Madison tinha terminado, ela fugiu para seu quarto para jogar, enquanto Demi e permanecemos à mesa.
Ela batia os dedos contra a superfície de madeira, me estudando.
— Então, eu acredito que você não estava filmando um novo filme hoje.
— Ah, não. Eu trabalho em construção quase todos os dias. Isso foi apenas
um… erro estúpido.
— Então você não vai fazer mais isso? — ela perguntou.
— Eu não planejo fazêlo, mas o dinheiro é muito bom. E a saúde de Madison custa... — Eu balancei a cabeça. — Esqueça, eu não sei por que estou dizendo a você tudo isso.
Ela enfiou o queixo para baixo, mexendo com as mãos no colo, não encontrando meus olhos.
— Terminou? — Eu apontei com a cabeça em direção a seu prato.
— Sim, muito obrigado. — Ela dobrou o guardanapo e o colocou sobre o prato vazio.
Eu levei nossos pratos para a cozinha, e depois de dar a cada um uma lavagem rápida, os coloquei na máquina de lavar. Demi já tinha limpado enquanto ela cozinhava, porque a máquina de lavar louça estava carregada só com as panelas e utensílios que tinha usado durante a preparação da ceia. Ela encostou-se ao balcão e me viu terminar o resto.
— Você disse que foi um erro, mas fez um filme... — A voz dela sumiu e seus olhos se arregalaram, quando ela percebeu que tinha sido pega.
Minha respiração ficou presa na minha garganta e meu pau se agitou no meu jeans.
— Você viu o vídeo? — A ideia dela ter me visto fazendo sexo com outra mulher era... fodidamente quente.
O rosto dela ficou vermelho e eu sabia que ela não só tinha visto, mas provavelmente também tinha se dado prazer enquanto assistia. Ah, inferno.