quarta-feira, 16 de julho de 2014

O Sussurrar de Uma Garota Apaixonada – Capitulo 16


Outro garoto foi assassinado pelo serial killer do campus. O nome dele? Ninguém menos que Brian Gobdy, ex-amigo de Joe. Ele foi encontrado ontem à noite, mas somente hoje pela manhã os rumores entraram em ação e chegaram aos meus ouvidos. A polícia não saía mais da Universidade de Stanford e a partir daquele momento as aulas foram canceladas. As pessoas que gostariam de permanecer nos alojamentos da faculdade teriam que cumprir o toque de recolher e muitas outras medidas de segurança seriam tomadas. Todo mundo se olhava com suspeitas, ninguém mais falava um com outro, o clima se tornou mais tenso do que antes estava. Parecíamos uma cambada de zumbis.
Minha mãe foi até meu alojamento e me mandou ar rumar minhas coisas porque iria me levar para casa. Eu gritei e disse que não. Sentei na cama irritada com braços cruzados e fiquei encarando o chão, esperando talvez que ela virasse as costas e fosse embora. Mas não foi assim tão fácil.
Eu disse não, não, não, não e ameacei ligar para o papai, porque ele entenderia e faria a minha vontade. Ela pela primeira vez em muito tempo ficou brava comigo. Eu me senti mal por falar aquilo, mas eu não iria deixar Vanessa absolutamente sozinha em nosso quarto. E, além disso, eu tinha que ajudar Joe, e eu tinha que pensar em meu trabalho. Não podia deixar Troy sozinho com os defuntos, tinha que ajudá-lo, agora mais que nunca.
Minha mãe somente me deixou ficar por que:
1) Eu disse que não sairia dali. Ela poderia esperar para sempre, mas eu não sairia dali;
2) Disse que não sairia do quarto, e quando saísse para as refeições, Vanessa e Ster iriam comigo;
Mas a opção que a deixou mais tranquila foi a última:
3) O serial killer do campus só mata garotos.
Ela cedeu. Saiu bufando do meu quarto, resmungando coisas que eu não consegui entender. Ainda bem que Joe não estava presente quando eu e minha mãe discutíamos, porque eu sabia que ele ficaria do lado dela. É claro que ele precisava da minha ajuda para encontrar o assassino, mas isso não estava na questão daquele momento. Ele me queria segura. “Eu não quero que nada aconteça com você, eu posso esperar” — palavras dele. Eu tinha que ficar, ainda mais agora que Joe estava começando a se lembrar de tudo, quase todas as memórias de sua vida.
Nós apenas estávamos esperando a memória certa para sabermos quem era o assassino e para colocá-lo atrás das grades.
— Eu não acredito que você não foi com sua mãe — Joe disse quase aos gritos. Vanessa lia um livro quando a nossa discussão começou, ou pelo menos ela fingia que lia.
— Eu tenho que ficar aqui. Muitas pessoas precisam de mim — retruquei irritada.
— Vanessa e Ster podem muito bem se virar sem você e Troy pode contratar outra pessoa para ficar no seu lugar.
Eu não podia acreditar que ele estava falando aquelas coisas para mim. Não sei por que ele estava tão obcecado pela minha segurança, o serial killer só ia atrás de garotos. Eu não estava sofrendo nenhuma ameaça.
— Não me importo com o que você pensa, vou ficar aqui e ponto final — cruzei os braços e desviei os olhos dele.
— Ótimo, mas quando você aparecer morta em algum lugar não venha colocar a culpa em mim — resmungou ele ainda muito irritado.
— É, talvez seja isso mesmo que eu queira — sussurrei muito baixo, mas ele ouviu.
— NÃO DIGA ISSO! - ele gritou. — Não acredito que você possa pensar em uma coisa dessas — eu continuava sem encará-lo, mas conseguia sentir sua fúria. — Acho que não devemos nos ver por algum tempo — disse ele afinal.
— Você não pode fazer isso, você sabe como eu fiquei na última vez.
— Isso vai ser para o seu próprio bem, você vai me agradecer um dia.
— Não se atreva — eu disse entredentes
— Adeus, Demi — ele começou a desaparecer aos poucos, quase como para me provocar. Então eu gritei:
— EU TE ODEIO! — e peguei um livro e atirei contra ele, mas o livro o atravessou
Quando finalmente ele desapareceu, eu me joguei na cama e comecei a chorar, e Vanessa correu até mim e me abraçou. Ela não escutou a briga toda entre mim e Joe, mas ela sabia o que estava acontecendo, portanto apenas me abraçou e não disse nada. Agradeci pela milésima vez por ter Vanessa em minha vida e amaldiçoei o dia em que Joe apareceu em minha vida.
Os dias passavam devagar. Sem ter muito o que fazer, Vanessa, Ster e eu passávamos a maior parte do tempo no alojamento montando quebra- cabeças ou nos entretendo com jogos de tabuleiro. Não era tão ruim assim, podíamos nos divertir. Ainda mais quando Ster conseguiu uma televisão e um aparelho de DVD para o nosso quarto. Assistíamos a filmes até tarde da noite e comíamos pipoca. Ster dormia no chão com o colchão que ele havia trazido. Não era permitido garotos no alojamento, mas os tempos eram difíceis e queríamos Ster seguro.
Aaron não se juntou a nós porque ele não tinha voltado mais para a faculdade depois do ataque que sofrera, nem mesmo para visitar Vanessa.
Eles ainda estavam namorando, mas não se viam tanto quanto antes.
Quando voltava para o quarto, encontrei Olivia cheia de papéis e toda enrolada. Ela parecia nervosa e os deixou cair no chão. Corri até ela e ajudei a juntar todas as provas e trabalhos que pareciam livros de tão grossos.
— Ah, obrigada, querida.
— Você está bem? — perguntei.
— Estou só... sabe... um pouco agitada, eu acho, como todo mundo.
— Eu assenti e lhe entreguei todos os papéis que consegui pegar antes que ela.
— Você não devia estar em casa? — perguntei. Achei estranho ela estar caminhando pelo alojamento. Ainda mais porque as aulas haviam sido canceladas.
— Oh, não, alguns professores se ofereceram para ajudar a cuidar do campus, principalmente à noite, então o diretor me ofereceu um quarto aqui, já que eu moro muito longe.
— Gentil da sua parte.
— Não gosto da ideia de ter um assassino por aqui, mas tenho que ajudar — e dizendo isso ela deu um sorrisinho. Ela parecia muito assustada, mas ainda assim estava disposta a ajudar os alunos.
— Porque toda essa carga pesada? — perguntei sorrindo e olhando para a pilha de provas e trabalhos.
— Como tenho algum tempo livre fui até minha sala e peguei os trabalhos que precisam ser corrigidos e as provas que precisam ser corrigidas — respondeu ela, sem muito entusiasmo.
— Você quer ajuda? — ofereci e ela franziu a testa. — Eu também tenho muito tempo livre agora, então, sabe, posso ajudar um pouco.
— É sério? Ah, eu iria adorar, Demi. — acho que nunca a vi sorrir tão abertamente antes. Ela parecia aliviada, quem dera se todos os professores fossem tão dedicados e legais como ela.
— Claro.
— Pode me encontrar em meu quarto dentro de dez minutos?
Tenho que fazer algo antes, mas depois estou livre.
Eu assenti.
— Ótimo. É no quarto andar, numero 62.
— Tudo bem, encontro você lá.
Segui para meu próprio quarto e encontrei Vanessa adormecida.
Esparramada, como se não dormisse há dias, e ainda eram quatro horas da tarde. Eu sorri e escrevi em um bilhete que estaria com Olivia. Voltaria mais tarde depois de meu turno no necrotério e então poderíamos assistir a algum filme. Quando estava quase chegando para abrir a porta, Joe se materializou em minha frente. Soltei um gritinho, mas não acordei Vanessa.
— O que está fazendo aqui? Disse que não iria mais me ver — eu soei séria até demais.
— Lembrei de algo importante do meu ataque.
— Fale rápido, tenho que ir.
— Ir aonde? Você disse que não sairia sem seus amigos — resmungou ele. Eu ameacei ir sem deixá-lo falar e ele mudou assunto. — Eu não cheguei a ver o rosto da pessoa que me matou, mas eu vi um relógio. Sei que já o vi antes, mas não estou lembrando a quem pertence — ele me contou. Eu apenas o encarei.
— Um relógio... tudo bem. Como ele era?
— Vi de relance antes de o assassino me fazer cheirar clorofórmio. Mas ele era de prata, pequeno e tinha urna pulseira de couro fina que estava um pouco rasgada. Sei que já vi antes. Você se recorda de alguém que tenha um relógio assim?
— Não, não sou dessas pessoas que reparam em coisas pequenas — respondi triste por não saber. Por um momento, esqueci de nossa briga e tudo que dissemos. Ah, como eu queria beijá-lo. Esquece, Demi, você tem que ir se encontrar com Olivia. — Vou ficar atenta, agora tenho uma noção do que procurar, você deve fazer o mesmo — ele assentiu e eu saí para ir encontrar Olivia.
Bati na porta dela e esperei até ela abrir. Olivia me saudou muito sorridente e me deixou entrar. O quarto dela era parecido com o meu e de Vanessa, mas no lugar de minha escrivaninha ela tinha uma mesa grande e redonda onde havia colocado a imensa pilha de papéis. A cama estava feita, enquanto a da esquerda estava sem lençóis. Havia poucas coisas dela ali, nem foto nem nada parecido. Parecia um quarto triste.
— Quer algo para beber antes de começarmos?
— Não, obrigada.
— Então vamos ao trabalho.
Sentamos nas duas cadeiras que nos esperavam e me ofereceu uma caneta azul e outra vermelha. Enquanto ela lia os trabalhos eu iria corrigir as provas de múltiplas escolha. Ela me deu o gabarito e fomos ao trabalho. Percebi que Olivia era muito séria, e isso era algo bom em uma mulher. Eu admirava Olivia por ser tão legal com os alunos principalmente comigo.
Pela primeira vez eu a via de jeans o que pareceu estranho para mim.
Talvez porque ela usava saias até o joelho. Ficamos ali por mais ou menos duas horas. Eu tinha que ficar atenta no horário para no me atrasar para meu turno no necrotério.
— Que horas são? — perguntei.
— Dez minutos para as seis horas. Você tem que ir para o necrotério?
— Sim, Troy não me dá descanso — respondi sorridente.
Ela tirou o casaco curto e leve, e se levantou. Olivia me ofereceu uma Coca Cola antes de ir, ela havia lido meus pensamentos. Foi quando ela estendeu a mão esquerda para pegar a lata que eu o vi. Aquilo que Joe havia me perguntado se eu tinha visto antes, você provavelmente deve se lembrar: um relógio de prata, pequeno e com uma pulseira de couro fina e um pouco rasgada.










XOXO Neia :)
Sorry gente não me matem pff!! Sei que demorei mais que o costume pra postar, mas realmente a minha imaginação não tem andado nos seus melhores dias e queria um capitulo perfeito :)
Bem ta ai, espero que gostem, comentem pro proximo que tmb ja ta quase quase pronto.
Kisses <3

4 comentários:

  1. nao demora muito por favor. eu to amando essa fic
    bjs

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  2. É a professora que é o assassino? Morri meu Deus! Nossa senhora esse capítulo me matou! Posta mais por favor!
    Fabíola Barboza :*

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  3. Posta mais por favor
    Eu já estava suspeitando que o assassino era uma mulher

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