Outro
garoto foi assassinado pelo serial killer do campus. O nome dele? Ninguém menos
que Brian Gobdy, ex-amigo de Joe. Ele foi encontrado ontem à noite, mas somente
hoje pela manhã os rumores entraram em ação e chegaram aos meus ouvidos. A
polícia não saía mais da Universidade de Stanford e a partir daquele momento as
aulas foram canceladas. As pessoas que gostariam de permanecer nos alojamentos
da faculdade teriam que cumprir o toque de recolher e muitas outras medidas de
segurança seriam tomadas. Todo mundo se olhava com suspeitas, ninguém mais
falava um com outro, o clima se tornou mais tenso do que antes estava.
Parecíamos uma cambada de zumbis.
Minha mãe
foi até meu alojamento e me mandou ar rumar minhas coisas porque iria me levar
para casa. Eu gritei e disse que não. Sentei na cama irritada com braços
cruzados e fiquei encarando o chão, esperando talvez que ela virasse as costas
e fosse embora. Mas não foi assim tão fácil.
Eu disse
não, não, não, não e ameacei ligar para o papai, porque ele entenderia e faria
a minha vontade. Ela pela primeira vez em muito tempo ficou brava comigo. Eu me
senti mal por falar aquilo, mas eu não iria deixar Vanessa absolutamente
sozinha em nosso quarto. E, além disso, eu tinha que ajudar Joe, e eu tinha que
pensar em meu trabalho. Não podia deixar Troy sozinho com os defuntos, tinha
que ajudá-lo, agora mais que nunca.
Minha mãe
somente me deixou ficar por que:
1) Eu disse
que não sairia dali. Ela poderia esperar para sempre, mas eu não sairia dali;
2) Disse
que não sairia do quarto, e quando saísse para as refeições, Vanessa e Ster
iriam comigo;
Mas a opção
que a deixou mais tranquila foi a última:
3) O serial
killer do campus só mata garotos.
Ela cedeu.
Saiu bufando do meu quarto, resmungando coisas que eu não consegui entender.
Ainda bem que Joe não estava presente quando eu e minha mãe discutíamos, porque
eu sabia que ele ficaria do lado dela. É claro que ele precisava da minha ajuda
para encontrar o assassino, mas isso não estava na questão daquele momento. Ele
me queria segura. “Eu não quero que nada aconteça com você, eu posso esperar” —
palavras dele. Eu tinha que ficar, ainda mais agora que Joe estava começando a
se lembrar de tudo, quase todas as memórias de sua vida.
Nós apenas
estávamos esperando a memória certa para sabermos quem era o assassino e para
colocá-lo atrás das grades.
— Eu não
acredito que você não foi com sua mãe — Joe disse quase aos gritos. Vanessa lia
um livro quando a nossa discussão começou, ou pelo menos ela fingia que lia.
— Eu tenho
que ficar aqui. Muitas pessoas precisam de mim — retruquei irritada.
— Vanessa e
Ster podem muito bem se virar sem você e Troy pode contratar outra pessoa para
ficar no seu lugar.
Eu não
podia acreditar que ele estava falando aquelas coisas para mim. Não sei por que
ele estava tão obcecado pela minha segurança, o serial killer só ia atrás de
garotos. Eu não estava sofrendo nenhuma ameaça.
— Não me
importo com o que você pensa, vou ficar aqui e ponto final — cruzei os braços e
desviei os olhos dele.
— Ótimo,
mas quando você aparecer morta em algum lugar não venha colocar a culpa em mim
— resmungou ele ainda muito irritado.
— É, talvez
seja isso mesmo que eu queira — sussurrei muito baixo, mas ele ouviu.
— NÃO DIGA
ISSO! - ele gritou. — Não acredito que você possa pensar em uma coisa dessas —
eu continuava sem encará-lo, mas conseguia sentir sua fúria. — Acho que não
devemos nos ver por algum tempo — disse ele afinal.
— Você não
pode fazer isso, você sabe como eu fiquei na última vez.
— Isso vai
ser para o seu próprio bem, você vai me agradecer um dia.
— Não se
atreva — eu disse entredentes
— Adeus, Demi
— ele começou a desaparecer aos poucos, quase como para me provocar. Então eu
gritei:
— EU TE
ODEIO! — e peguei um livro e atirei contra ele, mas o livro o atravessou
Quando
finalmente ele desapareceu, eu me joguei na cama e comecei a chorar, e Vanessa
correu até mim e me abraçou. Ela não escutou a briga toda entre mim e Joe, mas
ela sabia o que estava acontecendo, portanto apenas me abraçou e não disse
nada. Agradeci pela milésima vez por ter Vanessa em minha vida e amaldiçoei o
dia em que Joe apareceu em minha vida.
Os dias
passavam devagar. Sem ter muito o que fazer, Vanessa, Ster e eu passávamos a
maior parte do tempo no alojamento montando quebra- cabeças ou nos entretendo
com jogos de tabuleiro. Não era tão ruim assim, podíamos nos divertir. Ainda
mais quando Ster conseguiu uma televisão e um aparelho de DVD para o nosso
quarto. Assistíamos a filmes até tarde da noite e comíamos pipoca. Ster dormia
no chão com o colchão que ele havia trazido. Não era permitido garotos no
alojamento, mas os tempos eram difíceis e queríamos Ster seguro.
Aaron não
se juntou a nós porque ele não tinha voltado mais para a faculdade depois do
ataque que sofrera, nem mesmo para visitar Vanessa.
Eles ainda
estavam namorando, mas não se viam tanto quanto antes.
Quando
voltava para o quarto, encontrei Olivia cheia de papéis e toda enrolada. Ela
parecia nervosa e os deixou cair no chão. Corri até ela e ajudei a juntar todas
as provas e trabalhos que pareciam livros de tão grossos.
— Ah,
obrigada, querida.
— Você está
bem? — perguntei.
— Estou
só... sabe... um pouco agitada, eu acho, como todo mundo.
— Eu
assenti e lhe entreguei todos os papéis que consegui pegar antes que ela.
— Você não
devia estar em casa? — perguntei. Achei estranho ela estar caminhando pelo
alojamento. Ainda mais porque as aulas haviam sido canceladas.
— Oh, não,
alguns professores se ofereceram para ajudar a cuidar do campus, principalmente
à noite, então o diretor me ofereceu um quarto aqui, já que eu moro muito
longe.
— Gentil da
sua parte.
— Não gosto
da ideia de ter um assassino por aqui, mas tenho que ajudar — e dizendo isso
ela deu um sorrisinho. Ela parecia muito assustada, mas ainda assim estava
disposta a ajudar os alunos.
— Porque
toda essa carga pesada? — perguntei sorrindo e olhando para a pilha de provas e
trabalhos.
— Como
tenho algum tempo livre fui até minha sala e peguei os trabalhos que precisam
ser corrigidos e as provas que precisam ser corrigidas — respondeu ela, sem
muito entusiasmo.
— Você quer
ajuda? — ofereci e ela franziu a testa. — Eu também tenho muito tempo livre
agora, então, sabe, posso ajudar um pouco.
— É sério?
Ah, eu iria adorar, Demi. — acho que nunca a vi sorrir tão abertamente antes.
Ela parecia aliviada, quem dera se todos os professores fossem tão dedicados e
legais como ela.
— Claro.
— Pode me
encontrar em meu quarto dentro de dez minutos?
Tenho que
fazer algo antes, mas depois estou livre.
Eu assenti.
— Ótimo. É
no quarto andar, numero 62.
— Tudo bem,
encontro você lá.
Segui para
meu próprio quarto e encontrei Vanessa adormecida.
Esparramada,
como se não dormisse há dias, e ainda eram quatro horas da tarde. Eu sorri e
escrevi em um bilhete que estaria com Olivia. Voltaria mais tarde depois de meu
turno no necrotério e então poderíamos assistir a algum filme. Quando estava
quase chegando para abrir a porta, Joe se materializou em minha frente. Soltei
um gritinho, mas não acordei Vanessa.
— O que
está fazendo aqui? Disse que não iria mais me ver — eu soei séria até demais.
— Lembrei
de algo importante do meu ataque.
— Fale
rápido, tenho que ir.
— Ir aonde?
Você disse que não sairia sem seus amigos — resmungou ele. Eu ameacei ir sem
deixá-lo falar e ele mudou assunto. — Eu não cheguei a ver o rosto da pessoa
que me matou, mas eu vi um relógio. Sei que já o vi antes, mas não estou
lembrando a quem pertence — ele me contou. Eu apenas o encarei.
— Um
relógio... tudo bem. Como ele era?
— Vi de
relance antes de o assassino me fazer cheirar clorofórmio. Mas ele era de
prata, pequeno e tinha urna pulseira de couro fina que estava um pouco rasgada.
Sei que já vi antes. Você se recorda de alguém que tenha um relógio assim?
— Não, não
sou dessas pessoas que reparam em coisas pequenas — respondi triste por não
saber. Por um momento, esqueci de nossa briga e tudo que dissemos. Ah, como eu
queria beijá-lo. Esquece, Demi, você tem que ir se encontrar com Olivia. — Vou
ficar atenta, agora tenho uma noção do que procurar, você deve fazer o mesmo —
ele assentiu e eu saí para ir encontrar Olivia.
Bati na
porta dela e esperei até ela abrir. Olivia me saudou muito sorridente e me
deixou entrar. O quarto dela era parecido com o meu e de Vanessa, mas no lugar
de minha escrivaninha ela tinha uma mesa grande e redonda onde havia colocado a
imensa pilha de papéis. A cama estava feita, enquanto a da esquerda estava sem
lençóis. Havia poucas coisas dela ali, nem foto nem nada parecido. Parecia um
quarto triste.
— Quer algo
para beber antes de começarmos?
— Não,
obrigada.
— Então
vamos ao trabalho.
Sentamos
nas duas cadeiras que nos esperavam e me ofereceu uma caneta azul e outra
vermelha. Enquanto ela lia os trabalhos eu iria corrigir as provas de múltiplas
escolha. Ela me deu o gabarito e fomos ao trabalho. Percebi que Olivia era
muito séria, e isso era algo bom em uma mulher. Eu admirava Olivia por ser tão
legal com os alunos principalmente comigo.
Pela
primeira vez eu a via de jeans o que pareceu estranho para mim.
Talvez
porque ela usava saias até o joelho. Ficamos ali por mais ou menos duas horas.
Eu tinha que ficar atenta no horário para no me atrasar para meu turno no
necrotério.
— Que horas
são? — perguntei.
— Dez
minutos para as seis horas. Você tem que ir para o necrotério?
— Sim, Troy
não me dá descanso — respondi sorridente.
Ela tirou o
casaco curto e leve, e se levantou. Olivia me ofereceu uma Coca Cola antes de
ir, ela havia lido meus pensamentos. Foi quando ela estendeu a mão esquerda para
pegar a lata que eu o vi. Aquilo que Joe havia me perguntado se eu tinha visto
antes, você provavelmente deve se lembrar: um relógio de prata, pequeno e com
uma pulseira de couro fina e um pouco rasgada.
XOXO Neia :)
Sorry gente não me matem pff!! Sei que demorei mais que o costume pra postar, mas realmente a minha imaginação não tem andado nos seus melhores dias e queria um capitulo perfeito :)
Bem ta ai, espero que gostem, comentem pro proximo que tmb ja ta quase quase pronto.
Kisses <3
posta logo por favor
ResponderEliminarnao demora muito por favor. eu to amando essa fic
ResponderEliminarbjs
É a professora que é o assassino? Morri meu Deus! Nossa senhora esse capítulo me matou! Posta mais por favor!
ResponderEliminarFabíola Barboza :*
Posta mais por favor
ResponderEliminarEu já estava suspeitando que o assassino era uma mulher